Os trabalhadores da LG Electronics voltaram à greve nesta segunda-feira (26). A categoria retomou a paralisação da produção após rejeitar a proposta de indenização apresentada pela empresa na última sexta-feira (23). Os trabalhadores buscam um acordo de indenização pelo encerramento da produção na cidade, que deixará 700 pessoas desempregadas, sem contar os terceirizados.
Após a multinacional sul-coreana anunciar o fechamento da empresa em Taubaté, os trabalhadores mantiveram uma greve durante os dias 12 a 18 de abril. A paralisação foi interrompida no dia 19 com o compromisso de que a direção da fábrica realizasse novas negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.
A decisão pelo retorno à greve aconteceu em assembleia da categoria que pautou e rejeitou a proposta de indenização da LG. Segundo o sindicato, a nova proposta apresentava indenizações que variavam de R$ 9,3 a R$ 51 mil, conforme o tempo de trabalho na empresa. Na primeira tentativa da empresa, a proposta variava de R$ 8 a R$ 35 mil.
Com o retorno à greve, os trabalhadores se unem com o movimento grevista das trabalhadoras terceirizadas da Sun Tech, Blue Tech e 3C, fábricas que atuam exclusivamente para atender a fabricante sul-coreana.
Contando as três empresas, são 430 funcionárias que ficariam sem emprego com o fechamento da LG.
A greve das trabalhadoras das fábricas fornecedoras chegou nesta terça-feira (27) ao 22º dia. Em Assembleia da categoria, realizada na segunda-feira (26), em Caçapava (SP), as operárias aprovaram a continuidade da greve nas três empresas.
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As três fornecedoras produzem cerca de 95% dos celulares da multinacional sul-coreana, no Brasil. Até a última sexta-feira, estimava-se que ao menos 270 mil aparelhos deixaram de ser fabricados devido à greve.
Weller Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, defende unidade entre os trabalhadores da LG e das três fornecedoras.
“Seguimos defendendo a união entre os sindicatos e os trabalhadores da LG e de suas fornecedoras para manter os postos de trabalho em nossa região. Se a companhia mantiver sua postura de encerrar as atividades, precisamos exigir das autoridades que deixem os metalúrgicos produzirem”, afirma Weller.
As operárias das três fornecedoras pautam a manutenção dos empregos. E caso as empresas encerrem a produção, as trabalhadoras exigem equiparação da verba indenizatória no mesmo valor dos trabalhadores da LG. Para as terceirizadas, a oferta foi de dois salários.
Fechamento da LG
A multinacional anunciou no dia 5 de abril que deve encerrar a produção de smartphones em todo o mundo. No Brasil, a medida afetaria diretamente a fábrica da empresa em Taubaté (SP) e três principais fornecedores na região.
Com o encerramento previsto para acontecer no dia 31 de julho deste ano, a LG buscou negociar com o sindicato da categoria. O acordo previa demissão da maior parte dos trabalhadores até maio, com indenização variada de acordo com o tempo de trabalhado, e com plano média até janeiro de 2022.