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Há 20 dias em greve, professores do DF enfrentam violência redobrada do governo

Os trabalhadores entraram em greve por reajuste salarial e melhores condições de trabalho

Assembleia dos professores da rede pública do Distrito Federal no dia 18 de maio de 2023 — Foto: Divulgação/Sinpro
Por Luiz Costa, redação do Universidade à Esquerda
24 de maio, 2023 Atualizado: 22:33

Professores e orientadores educacionais do Distrito Federal, em greve desde o dia 4 de maio, têm enfrentado fortes ataques do governo Ibaneis Rocha (MDB). Na terça-feira (23), Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) afirmou que cortaria o ponto dos trabalhadores que aderem à greve. O governo divulgou que haverá desconto do auxílio-alimentação e do auxílio-transporte.

Os trabalhadores entraram em greve por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Devido à força da categoria em manter a greve, o governo tem buscado redobrar a violência contra o movimento.

Para Samuel Fernandes, presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Ibaneis tem agido com “truculência e autoritarismo”.

A categoria deve se reunir em assembleia nesta quinta-feira (25) para discutir os rumos do movimento.

Três dias após o começo da greve, a pedido da Procuradoria-Geral do DF, a Justiça da capital exigiu o fim da paralisação e multa diária de R$ 300 mil em caso de descumprimento.

A categoria, composta de 28 mil trabalhadores, não recuou e manteve o movimento de greve na assembleia do dia 18 de maio.

No dia 22 de maio, o governo de Ibaneis pediu à Justiça para dobrar o valor da multa diária. O governo pediu também que houvesse o bloqueio de mais de R$ 3 milhões da contribuição sindical para garantir o pagamento da multa.

Além do reajuste salarial, os educadores lutam por solução para a superlotação das salas de aula, convocação de professores concursados e incorporação da gratificação de atividades pedagógicas.

Devido às ações do governo, parlamentares entraram em obstrução da pauta até que o governo retire as tentativas de judicializar a greve e a ameaça de corte de ponto. Com a obstrução, os parlamentares se recusam a votar pautas de interesse do governo.

“O que o GDF está fazendo com o Sinpro-DF e com a greve da categoria é cruel”, afirmou Fácio Félix, deputado distrital pelo PSOL.


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