Os servidores do Banco Central (BC) decidiram por entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima sexta-feira (01 de abril). Os servidores já vêm realizando paralisações parciais desde o dia 17 de março, nas quais paralisam por 4 horas por dia (das 14h às 18h), e trabalhando em regime de operação padrão, que é quando os procedimentos são realizados mais lentamente.
A greve foi decidida em Assembleia Geral Nacional, na última segunda-feira (28). Estavam presentes 1.300 servidores, dos quais 90% foram favoráveis à greve a partir do dia 1º de abril, sem tempo para acabar.
Junto a demais categorias do serviço público federal, os servidores do BC vêm lutando por reajuste salarial. Em dezembro de 2021, o Presidente da República anunciou que daria reajuste apenas para policiais e agentes penitenciários, o que gerou uma grande revolta entre os demais servidores dentre os quais aqueles que mais se dedicaram durante o período da pandemia para contribuir com a sociedade.
Desde então, muitos atos começaram a ser organizados e diversas categorias passaram a indicar greve.
Os servidores do BC reivindicam o reajuste salarial de 26,3% e a reestruturação de carreira da categoria. Até o momento não há nenhuma proposta concreta por parte da presidência da instituição, atualmente nas mãos de Roberto Campos Neto.
A categoria já se encontra há cerca de 20 anos reivindicando pela reestruturação da carreira. E nos últimos três anos, os servidores do BC sofreram uma perda de 55% (IGPM) do valor real de seu salário.
A categoria, organizada através do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (SINAL) e do Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central (SinTBacen), vem se reunindo nos dias 29, 30 e 31, sempre às 10h30, para discutir o rumo da greve e das mobilizações.
O SINAL já enviou um ofício ao presidente do BC e publicou a decisão de greve da categoria na edição do dia 29 de março do Diário Oficial da União (DOU).
Somando-se à greve, os servidores em exercício na Gerência-Administrativa em Belo Horizonte (ADBHO) manifestaram apoio e adesão ao movimento, através também de uma carta direcionada à Diretora de Administração (Dirad) em que solicitam além das pautas já construídas o fim da função de substitutos eventuais:
“Considerando a gravidade do momento em que nos encontramos, os servidores abaixo identificados solicitam aos diretores e chefes das respectivas áreas a dispensa imediata da função de substitutos eventuais. Além disso, os demais servidores listados manifestam que não aceitam a substituição”.