Marcelo Recktenvald, reitor-interventor na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), tem usado sua conta no twitter para propagandear a defesa de um golpismo bolsonarista. Em manifestações na rede social, o interventor ataca o STF, o Congresso Nacional e defende uma ação militar.
https://twitter.com/recktenvald/status/1265798984536293376
https://twitter.com/recktenvald/status/1265809243036364801
Devido às suas manifestações, a Seção Sindical dos Docentes da UFFS (SINDUFFS) protocolou notificações ao STF, MPF e Comissão de Ética Pública da Presidência da República sobre as declarações de Marcelo Recktenvald.
Marcelo foi nomeado reitor da UFFS em setembro de 2019 após perder a eleição e ficar em terceiro lugar na lista tríplice.
De acordo com o SINDUFFS, “críticas às autoridades constituídas fazem parte da democracia entretanto não pode ser tolerada a apologia da destruição do regime democrático. Enquanto dirigente de autarquia federal, Recktenvald tem ainda outras deveres adicionais na sua relação com os demais poderes”.
O sindicato complementa que “fica explícita a tentativa de buscar angariar apoio junto a Bolsonaro e Weintraub tendo em vista o amplo rechaço à sua nomeação antidemocrática e à sua gestão entre a comunidade universitária da UFFS. O Conselho Universitário da UFFS, após assembleias consultivas com a comunidade universitária, aprovou proposição de destituição de Recktenvald por 35 votos a 12. O encaminhamento à Presidência da República encontra-se aguardando decisão judicial”.
Marcelo vem criado inúmeras manobras para se manter no cargo de reitor. Em assembleias dos campi da UFFS, 94,22% da comunidade universitária aprovou sua destituição. O próprio Conselho universitário já aprovou a destituição do reitor. Estudantes chegaram a ocupar a reitoria da universidade assim que o interventor havia sido nomeado. Até agora, porém, Marcelo conseguiu se manter no cargo.
Na terça-feira (9), Bolsonaro publicou uma MP que suspende os processos democráticos das instituições e reserva todo o poder de escolha a Weintraub. A medida deve valer para todo o mandato que encerrar durante a pandemia de Covid-19. A medida pode afetar 15 universidades e 4 institutos federais.
A medida faz parte de uma sequência de ataques do governo às instituições federais. Na semana passada, uma Medida Provisória que mudava de forma permanente a escolha dos reitores de instituições federais perdeu a validade. O texto previa poder ao presidente de escolher qualquer um dos nomes da lista tríplice e não necessariamente o mais votado pela comunidade acadêmica.
Leia as notificações protocoladas pelo SINDUFFS:
Notícia de Fato ao Supremo Tribunal Federal (STF)
Notícia de Fato ao Ministério Público Federal (MPF)
Denúncia à Comissão de Ética Pública
https://www.youtube.com/watch?v=WVc8J40v4Wc
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