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Estudantes da UFFS declaram estado de greve; Conselho aprova destituição de reitor-interventor

Foto: Assessoria Sinduffs/Sindtae
Foto: Assessoria Sinduffs/Sindtae
Por Luiz Costa, redação do Universidade à Esquerda
04 de outubro, 2019 Atualizado: 19:47

Os estudantes da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), dos campi Chapecó e Erechim, decretaram estado de greve nesta segunda-feira (30). No mesmo dia, o Conselho Universitário (CUn) da UFFS aprovou por maioria dos votos o pedido de destituição do reitor-interventor, Marcelo Recktenvald.

O interventor Marcelo estava em terceiro lugar na lista tríplice que o CUn enviou ao MEC. O Conselho elegeu os nomes com base na decisão da comunidade universitária, que votou na Consulta Prévia elaborada pelo CUn.

Uma ocupação iniciou em 30 de agosto por conta da nomeação do interventor e foi ameaçada por um pedido de reintegração de posse. Na terça-feira (10), depois de uma audiência de conciliação os estudantes se reuniram em assembleia para deliberar encaminhamentos e decidiram sair da ocupação visto que o Conselho se comprometeu em discutir a destituição. Em sessão na segunda-feira (30), o pedido de destituição foi aprovado por maioria dos votos.

Com 35 votos favoráveis, 12 contrários e duas abstenções, houve um impasse no resultado da votação. A reitoria divulgou que a proposta não havia sido aprovada, alegando que os votos não representariam os 2/3 necessários em relação às 54 cadeiras totais do conselho. Porém, só 51 membros tinham direito ao voto no pleito, excluindo o reitor e o presidente de sessão, que não têm direito a voto, e uma vaga que não está preenchida.

No mesmo dia, assembleias estudantis aconteceram nos campi de Chapecó e Erechim. Nesse espaço, estudantes da Fronteira Sul deliberaram entrar em estado de greve. Uma mobilização em prol da greve começa a ser construída na universidade para tentar consolidar um movimento grevista. 

Sobre a destituição do interventor

Em sessão especial do Conselho Universitário da Universidade Federal da Fronteira Sul, nesta tarde, foi aprovado por ampla maioria a proposição de destituição do interventor Marcelo Recktenvald, nomeado em 30 de agosto.

A decisão do Conselho referenda a vontade da comunidade universitária da UFFS, que aprovou em assembleias consultivas em cada campi a proposição de destituição do interventor. Dos 1733 participantes nas assembleias, 1633 (94,22%) aprovaram a destituição.

A proposição de destituição será agora levada à Presidência da República, que poderá aprovar ou vetar o encaminhamento. De acordo com o princípio da Autonomia Universitária, disposto no Artigo 207 da Constituição Federal, a decisão da comunidade da UFFS de rejeitar o interventor deve prevalecer.

Se Recktenvald for destituído, uma nova consulta comunitária da universidade deve ser realizada, enviando uma nova lista tríplice num prazo de até 60 dias.

O Universidade à Esquerda esteve na UFFS, em Chapecó, e conversou com a Dariane Carlesso e Vicente Ribeiro, membros da comissão proponente do pedido de destituição de Recktenvald, que comentam sobre o processo e a sessão do Conselho Universitário.


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