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Greve dos docentes das universidade estaduais no Paraná por reposição salarial

Ao todo sete universidades aderiram à greve

Foto: ANDES-SN.
Foto: ANDES-SN
Por Morgana Martins, redação do Universidade à Esquerda
09 de junho, 2023 16:28

Desde o início de maio, docentes das universidades estaduais do Paraná entraram em greve em defesa das universidades públicas, pela reposição salarial e aprovação do plano de carreira docente. Ao todo, sete universidades aderiram à greve: universidades estaduais do Paraná (Unespar), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Norte do Paraná (UENP), de Ponta Grossa (UEPG), de Maringá (UEM), Londrina (UEL) e do Centro-Oeste (Unicentro).

Os docentes da Universidade Estadual Londrina (UEL) foram os primeiros a deflagrar a greve, no dia 8 de maio. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), “mesmo com o indicativo de greve aprovado desde o dia 11 de abril, o governo Ratinho Jr. não abriu nenhum tipo de negociação com o funcionalismo público e manteve o índice anunciado de 5,79% para agosto, sendo que as perdas salariais são de 42%. A data-base da categoria no Estado foi na segunda-feira, 1º de maio”.

Em notícia veiculada pelo ANDES-SN, “as seções sindicais do Paraná têm realizado reuniões com os comandos de greve e mobilizações nas instituições, e fora delas, para chamar a atenção da sociedade e pressionar o governo estadual a abrir uma mesa de negociação pela reposição salarial, e cobrar prazos concretos em relação à proposta de carreira docente. A categoria está desde 2016 sem a reposição da inflação”.

A mobilização continua por tempo indeterminado entre professores da UEL, UENP e Unespar e foi interrompida na UEM, Unioeste, UEPG e Unicentro.

Os estudantes de algumas universidades também se manifestaram e realizaram reuniões e assembleias para discutir sobre a greve de seus professores. Foi possível encontrar nas redes a manifestação de apoio à greve do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UENP, da Unespar e da UEM, sendo que a última entidade aprovou em assembleia geral tanto o apoio quanto a construção da greve a partir de ocupações. 

Confira um trecho da posição do DCE da UEM

Reiteramos que a precarização do trabalho docente é apenas parte do longo processo de privatização do ensino superior público, especialmente no Paraná. Por isso, defendemos que a greve abranja a defesa da educação pública, gratuita e científica em sua integralidade, e é papel do movimento estudantil ser a vanguarda da luta por essas bandeiras.

Assim, defendemos que seja pautada também a Revogação do Novo Ensino Médio (NEM), contrarreforma reacionária e anti científica que não somente golpeia o direito de ensinar e aprender de professores e estudantes secundaristas, mas que também afeta a formação em diversas licenciaturas, pois que estas são coagidas a adaptarem seus currículos para atender às imposições do Estado, como fica patente na imposição da Base Nacional Comum de Formação de Professores (BNC-FP), a qual retira a autonomia pedagógica da universidade, especialmente de seus cursos de licenciatura e Pedagogia.


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