Trabalhadores se recusam a treinar terceirizados alocados em atividade-fim
Por Luiz Costa, redação do Universidade à Esquerda
10 de junho, 2021 Atualizado: 21:41
Os petroleiros das bases da Petrobrás em Alagoas estão em greve desde o dia 31 de maio. A categoria se recusa a treinar trabalhadores terceirizados alocados em atividade-fim.
A greve foi deflagrada em assembleia após um série de práticas de assédio moral na tentativa de terceirizar as atividades-fim da empresa.
Segundo a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), o estopim da mobilização foi a aplicação de uma série de punições relativas a recusa dos trabalhadores de treinar os terceirizados a executar atividade-fim.
A estatal pretende treinar um conjunto de trabalhadores terceirizados para realizar parte da atividade-fim da companhia. Contratando mão de obra mais barata, o plano é reduzir custos operacionais.
Com base no acordo coletivo da categoria, os operadores se usaram do direito de recuso.
Segundo a FNP, o treinamento imposto é ilegal. Em nota, a federação afirma que “o descumprimento contratual entre Petrobrás e prestadora de serviço é um deles. Pois é obrigação da empresa contratada treinar e capacitar seus trabalhadores conforme o que está previsto contratualmente. Isso é um flagrante caso de improbidade administrativa, um verdadeiro presente dado à empresa contratada”.
O Sindicato dos petroleiros de Alagoas (Sindipetro-AL/SE) tem denunciado a terceirização ilegal que visa substituir trabalhadores concursados por trabalhadores terceirizados sob condições mais precárias e inseguras.
Em proposta de acordo apresentado pelo Sindipetro-AL/SE a estatal, é previsto a retirada das punições infligidas aos trabalhadores e a “garantia dos postos de trabalho em Alagoas até a efetivação da venda dos ativos da Petrobras no Estado”.
Até o momento, os trabalhadores se mantêm em greve e com a produção parada. Mas de acordo com o sindicato, “sem o risco de desabastecimento de gás natural a sociedade”.