Os metroviários de SP decidiram entrar em greve hoje, dia 19/05, em decorrência do não comparecimento de representantes do Metrô e nem de representantes do governo do estado em Audiência de conciliação no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) que deveria ter ocorrido ontem (18/05). A decisão foi tomada em assembleia online por 77,4% dos votos (2.448 de 3.162 metroviários).
Os trabalhadores do Metrô reivindicam reposição salarial, de cerca de 10%, baseado no IPC-Fipe; reajusto do vale alimentação; recuperar os direitos do acordo coletivo que não foram cumpridos (como adicionais noturnos de 50% e de férias de 70% sobre o salário); e pagamento de pelo menos 50% da Participação nos resultados de 2019 que estão em atraso.
Na segunda-feira, 17/05, em audiência de conciliação o Ministério Público do Trabalho (MPT) fez uma proposta alternativa que escalonado em três parcelas até 2022; adicional noturno de 40% só até dezembro; adicional de férias só até janeiro de 2022; pagamento da participação de resultados em janeiro de 2022 e manutenção do acordo coletivo já realizado.
A proposta do MPT foi recusada pelo Metrô que propôs um reajuste de apenas 2,61% a partir de janeiro de 2022 e pagamento da Participação de Resultados apenas em 31 de janeiro de 2022, exigindo a formalização desse acordo.
Com o não comparecimento do Metrô na audiência marcada os trabalhadores votaram na assembleia online contrários a proposta apresentada anteriormente e deliberaram pela greve. Foram quatro as linhas que não abriram hoje em horário habitual: 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata (monotrilho). As demais linhas privatizadas seguiram abertas.
A categoria indica que a proposta apresentada pelo metrô é inaceitável, mas que está disposta a negociar e lamenta a posição desrespeitosa do Metrô ao se recusar ao dialogo ao não comparecer na audiência marcada. Os trabalhadores seguem em assembleia permanente.
Por volta das 6h55 alguns trechos começaram a circular. O rodízio de carros e o horário de toque de recolher na cidade foram suspensos. A greve afetou a circulação pela cidade. A cobertura da mídia insiste em mostrar as repercussões negativas para o cotidiano dos usuários do transporte público em relação a greve, sem explicar que é a intransigência dos patrões e do governo que obriga os trabalhadores a recorrerem ao recurso da greve.
A categoria se posiciona contra o arrocho salarial e defende seu direito de greve.