Opinião
A Esperança está no Cuidado (Parte 2)
Uma Reflexão sobre Redes Sociais, Guerrilhas e Populismo. Por João Gabriel Almeida
Em artigo traduzido para a EFoP, especialmente para o Çirculação da Balburdia, João Gabriel Almeida1 analisa a luta no campo da comunicação e educação popular. João é pesquisador do Instituto de Pensamento e Cultura da América Latina, IPECAL. Doutorando em Comunicação pela Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona. Atuou como professor de jornalismo para os ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) durante o processo de acordos de paz. Confira a segunda e última parte de seu artigo:
Leia também: A Esperança está no Cuidado (Parte 1)
Em busca do amor: Comunicação Persuasiva ou Comunicação fundada no Amor Romântico.
Precisávamos ler Mario Kaplún (2002). No clássico El Comunicador Popular, o uruguaio fala de três tipos de comunicação. Um que, juntamente com Scolari, podemos dizer que está morrendo na configuração da ecologia da mídia (Scolari, Rapa, 2019), a Comunicação Tradicional ou Broadcasting. Semelhante à educação bancária, a ideia vertical clássica de entregar um pacote pronto para um espectador que não tem o direito de participar dessa decisão. O problema é que a morte dessa maneira levou ao surgimento de uma comunicação persuasiva que Kaplún relaciona à educação cognitivista.
Como parte do streaming, a inteligência artificial identifica os padrões de consumo, e a comunicação, entendendo o espectador como um membro ativo na disseminação do conteúdo, procura se adaptar às suas vontades e capturá-las. Não é por acaso a metáfora do amor romântico para descrever a relação de um “prosumidor” com um produto nesse tipo de comunicação. Você precisa voltar a esse consumidor “fiel” e fazê-lo, além de consumir meu produto, gastar seu tempo livre de graça para dar suporte ao conteúdo. Como as feministas nos ensinaram, é a mesma lógica da economia do cuidado. Um trabalho gratuito e não reconhecido, oferecido em nome de “amor” a um produto ou marca. A comunicação persuasiva, que se torna a regra no ambiente digital, é patriarcal. Vamos dar alguns dos mitos do amor romântico, como os propostos em diferentes páginas e workshops feministas, e podemos perceber como essa questão funciona. Para efeito deste exercício, recorremos aos propostos por Gaby Castillo na página Actitud Fem7 , mas também existem outras pesquisadoras que validam listas semelhantes:
1. O mito da meia laranja: A chave da publicidade hoje é se mostrar como parte de nós mesmos. Os produtos, materiais ou simbólicos, complementam nossa identidade e, sem eles, não vivemos plenamente nossa personalidade.
2. O mito da exclusividade: A luta clássica entre Pepsi e Coca Cola e a base da comunicação política. Você precisa ser exclusivo para uma marca ou modelo de consumidor. Isso é percebido com bastante facilidade na música, por exemplo, na qual até a ideia de ser eclético já transita para o conceito de “exclusivamente eclético” (é errado gostar apenas de um tipo de música em determinados nichos de consumo, por exemplo).
3. O Mito do casal: A naturalização de uma prática social é uma regra de comunicação persuasiva. Você pode alterar o conteúdo de acordo com o seu nicho, mas as “regras do jogo” são vistas como universais.
4. O mito da fidelidade: Temos que satisfazer quem amamos. Nas redes sociais, que a satisfação é mensurável por interações, precisamos mostrar que sou mais fiel a uma marca ou a um artista do que os demais, compartilhando seu trabalho, dando like em todas as suas publicações.
5. O mito do ciúme: Naturalizamos a perda de sono, de vínculos pessoais, com base em ficar pendentes das notificações ciumentas que nos lembram que estamos há muito tempo sem usar uma plataforma ou interagir com um tipo de conteúdo. Assim como faria um namorado ciumento, aceitamos que elas estejam invadindo nossa privacidade e chamando nossa atenção todo o tempo.
6. O mito do casamento: Existem diferentes maneiras de consumir, mas você precisa consumir. Assim como o casamento estabelece um fim estabelecido para todos os casais amorosos, a comunicação persuasiva estabelece o trânsito através dos relacionamentos comerciais como o objetivo de todos os relacionamentos comunicacionais.
7. O mito da paixão eterna: Por mais que tentem nos vender a ideia de que tudo é mais efêmero todos os dias, somos levados a defender apaixonadamente, como se fosse algo estável e eterno, as identidades que consumimos digitalmente.
8. O mito da onipotência: Talvez uma das grandes magias que invadiram o marketing político: fazer o produto parecer capaz de tudo.
9. O mito da equivalência: A comunicação persuasiva vive mantendo-nos eternamente apaixonados. Você sempre precisa de um novo elemento que mantenha a chama da paixão pelo seu produto.
10. O mito do livre arbítrio: A ideia de que a liberdade é ter a capacidade de escolher o que consumimos é o pano de fundo do que falamos. Ignorar que não somos tão livres quanto pensamos e que existe um vendedor não humano guiado por diferentes vendedores e anunciantes humanos nos convencendo de que somos o que pensamos é a base desse modelo.
Assim como o amor romântico tradicionalmente fazia, a comunicação persuasiva garante que o modelo capitalista baseado no uso de plataformas sobreviva, com base em uma quantidade imensurável de trabalho livre oferecido por nossa parte. Tomemos o caso clássico do envolvimento de Cambridge Analytics na vitória de Trump. Não havia um gênio do mal capaz de impor sua vontade a toda população; o uso de dados serviu apenas para afetar os swing votes, votos indecisos que em uma eleição muito competitiva, como a daquele ano, definiram a vitória.
O que ele fez foi identificar através dos padrões de consumo os perfis dos eleitores e atuar como um marido clássico patriarcal com pessoas dispostas a amá-lo: fazer promessas, oferecer presentes e se encher de palavras amorosas para seduzi-los, nada mais. Para as pessoas que não pareciam dispostas em cair nos seus jogos de sedução, mas também não foram convencidas pela outra candidata, as chantageou emocionalmente, inventou mentiras, confusões, desacreditou qualquer outro amor possível, como um bom macho controlador. Essa é a magia e o terror das tecnologias quando a entendemos como a prótese de nossos corpos. Na nossa sociedade, as práticas capitalistas e patriarcais são potencializadas, pois os agentes não humanos são inicialmente projetados para isso.
Quando tenho que conversar sobre redes sociais em formações com professoras e professores de áreas rurais, sempre faço a mesma metáfora: quando eles criticam os jovens por se exporem nas redes, pergunto por que eles escolhiam suas melhores roupas para ir à missa aos domingos em sua juventude. O olhar da comunidade sempre foi um fator determinante para a exibição de corpos, e os vendedores sempre souberam usá-lo em proveito próprio.
Os velhos amigos consultores humanos agora estão integrados aos nossos dispositivos celulares, que já fazem parte do nosso corpo, e com ele a tendência a reduzir nossa experiência cognitiva, espacial (Hayle, 2013)8 e simbólica a suas indicações. Como resultado, a comunicação persuasiva, típica da propaganda, torna-se o principal tipo de comunicação a partir de uma lógica patriarcal do amor romântico. O erro do populismo de Laclau (2005), Errejón (2011), entre outros, foi acreditar que essa lógica poderia ser dominada e que o poder poderia ser conquistado através dela. Por meio de uma leitura que pensa que o aparato é diferente do discurso e de suas práticas, reforçamos as tecnologias de poder baseadas no dualismo e ensinamos ao conservadorismo os caminhos a seguir que eles aperfeiçoaram devido à sua capacidade financeira e porque sempre será mais fácil vender o que as pessoas já estão acostumadas a consumir.
As regras do jogo impostas desde a sedução passam por uma regulamentação da colonização de corpos e desejos. Pelo imperativo das vitórias eleitorais no caso da comunicação política, se criou a necessidade de forçar a existência de tecidos inexistentes e adaptar a ação política ao gosto dos setores mais distantes dos que originaram o projeto político, a fim de expandir seus círculos de incidência e eleitores. Assim, os governos que foram possíveis pelos sindicatos de metalúrgicos ou comunidades indígenas, por exemplo, acabaram se concentrando nas demandas da classe média e das elites urbanas, em um ciclo vicioso de relacionamentos tóxicos, fazendo o mesmo que um marido que gasta mais tempo em busca de amantes em vez de trabalhar em seu relacionamento com sua esposa, porque como patriarcas eles pensam que têm esses relacionamentos “assegurados”. Daí o poder dos escritos de Mujeres Creando. A compreensão de que tal descuido é o pretexto para acabar com o amor romântico também deve ser considerada na comunicação.
Além do WhatsApp. Educação popular transmídia ou comunicação do Cuidado.
O entrelaçamento entre amor, vida profissional e política me levou em 2015 a viver na Colômbia, em um contexto em que acordos de paz estavam sendo negociados. Como filho do populismo, atuar no plebiscito pela paz e no proselitismo político em grupos de comunicação era o caminho natural. Entre derrotas publicitárias, fui professor de jornalismo para os ex-guerrilheiros das FARC no Cauca. Naqueles quatro meses chegamos a lugares que eu não conhecia e que, honestamente, não sabia o que eram. Após essa experiência, continuei minha experiência populista, anunciando a implementação dos acordos, mas algo não encaixava. Como Estela Quintar disse bem em uma das várias horas de escuta recíproca, para que haja construção de conhecimento, deve haver um vazio. A prática profissional em comunicação nos obriga a vender certezas e eu estava cheio delas na Colômbia. Era necessário emigrar mais uma vez para construir um desejo de conhecer. Eu coletei oito histórias de vida de pessoas que passaram por papéis e experiências de comunicação nas FARC, como forma de encher de significado o momento em que vivi e que mudou algo em mim, resolvi colocar um oceano Atlântico para me esvaziar e me permitir restaurar o que quero descobrir.
Na construção de minha pesquisa de doutorado que estava apenas começando, tive a oportunidade de abordar epistemologias feministas, em parte graças à maneira generosa de me receber de Maria Pilar Medina Bravo, mas também por causa das sempre nítidas reflexões de minha companheira e pesquisadora Lizeth López, que me fez olhar para uma questão que, como homem, eu era incapaz de perceber. Na experiência de guerrilha, a comunicação e a educação eram exercidas da mesma maneira que a enfermagem, ou seja, eram funções de retaguarda. A partir das histórias coletadas, há elementos que associam o cuidado paternal de um comandante ao envio de um combatente para as funções de comunicação. O fato dos setores menos “adequados” para a guerra (urbanos, internacionais e mulheres) terem assumido esse tipo de função, entre outros elementos que ainda estão sendo analisados e serão insumos para outros escritos. O fundamental aqui é que isso me levou a uma pergunta que me fez lembrar de diferentes práticas de comunicação que eu vivi ligadas a movimentos sociais. Comunicadores, além da propaganda, também fazem a câmera reduzir a violência policial em certos casos. Existem registros que servem para o próprio movimento, para configurar sua memória. Além disso, acabamos sempre juntos com os responsáveis pelos Direitos Humanos, no sentido de que não podemos, por definição, assumir mais uma figura “protagonista”. Tudo isso me lembrou de um comentário, em uma das vigílias pela liberdade de Jesús Santrich, quando, sem a câmera, fui levado a perceber que estava assumindo funções de cuidado. A partir dessas reflexões, a proposta, ainda muito embrionária que faço, é pensar isso.
Não é uma coincidência para mim, nem por um momento, que muitos dos comunicadores de guerrilha já haviam sido enfermeiros de guerra. Não foi por acaso que eu, que fui da educação para a comunicação, acabasse distribuindo água em uma vigília. Uma comunicação popular, não persuasiva, é uma prática de cuidado.
A Educação popular transmídia é uma categoria que eu tenho construído para pensar sobre o uso de tecnologias com e para uma comunidade. O debate com diferentes pesquisadores da Catalunha me fez perceber que faltava algo nessa proposta, algo que está implícito na minha percepção e que não era evidente ao falar sobre isso. E talvez essa seja a chave. Além da soberania tecnológica (Hache, 2018), o que diferencia as práticas que propomos a partir dessa análise como aquelas que precisam ser fortalecidas, são aquelas destinadas a cuidar, construir o tecido comunitário (Paredes, 2008), de umma9 do Islã, ilé10 dos iorubás, etc. São práticas que não se baseiam na lógica colonial de ser missionário, ou seja, de expandir a base dos fiéis convencendo ou “vendendo a ideia”, mas atuando desde as categorias propostas por Julieta Paredes para definir o feminismo comunitário:
1. Corpo: Dentro da tecnogênese, pensar na administração e criação de corpos em relação às suas próteses. Pensar em um relação entre humanos e não humanos que permita um exercício soberano do corpo e não o condicione a matrizes patriarcais, coloniais e neoliberais.
2. Espaço e Movimento: Uma das grandes potências do digital é redefinir os espaços e o Movimento para que os tecidos possam ir além das fronteiras que nos foram impostas. Fuchs (2020) fez um belo trabalho ao imaginar possíveis utopias a partir do uso de dados. O conceito de espaço para fortalecer as trocas entre comunidades é talvez uma das chaves da Comunicação do Cuidado que estamos propondo aqui.
3. Tempo: Um dos grandes desafios da existência digital é reaprender o tempo dos ruminantes. Há uma necessidade muito grande que ainda não conseguimos fortalecer ao pensar no tempo considerado “não importante” do atendimento comunitário também nas práticas digitais.
4. Memória: Glauber Rocha, em seu famoso texto Estética da Fome11, diz que grande parte do cinema latino americano é uma arte de mendigar, pois adapta a realidade dos países colonizados aos desejos dos olhos dos europeus. Talvez essa seja uma das grandes maldições de cair na comunicação persuasiva, querer ser império dentro do império, comercializar identidade para os olhos do estrangeiro, estar caindo em todo o jogo apresentado acima. A chave da memória, como base de uma comunidade, para pensar em como construir a história com a comunidade, tendo-a como protagonista e receptora. Aqui se abre outra discussão que terá que ser abordada em outro momento, sobre o mito da participação. Se uma ação é participativa, mas deve ser entregue a um organismo internacional ou a uma entidade que não serve aos interesses da comunidade, ainda é uma prática colonial.
Essas poucas páginas ainda são o começo de uma jornada, que ainda tem muito a aprender com o feminismo comunitário, a Economia Popular e muitas outras práticas que estão tentando sair da gramática da guerra e da comunicação persuasiva. Como a metodologia de pesquisa do Presente Potencial nos ensina, é um compromisso ético político arriscar contribuir para a compreensão do tempo histórico do qual estou colocado como pesquisador.
Em diálogo com o título proposto para a revista, essas linhas são uma tentativa de localizar a impotência que traz consigo a crença de que, a partir da comunicação persuasiva mediada por um novo vendedor não humano da inteligência artificial seremos capazes de fazer algo novo em Nossa América e no mundo. A esperança é colocada em iniciativas como La Vaca12 da Argentina e Mujeres Creando13 da Bolívia, na tentativa de reconhecer as práticas a comunicação e as práticas digitais como uma comunicação de cuidado e em sua articulação com o que chamamos de Educação Popular Transmídia. Tentamos conceituá-lo a partir da experiência do investigador nos processos de comunicação das FARC durante a transição para a vida civil de seus membros, a partir da corrente de afetos que o investigador construiu com alguns ex-guerrilheiras e guerrilheiros e que lhe permitiu perceber o tecido comunal que estava presente na época da guerra e que alguns deles se esforçavam para se manter vivos, mesmo quando a direcionalidade do partido indicava outro caminho. É importante demarcar que não quero falar pelos guerrilheiros ou assumir o papel das mulheres na análise de gênero no campo da comunicação. O papel principal nesta discussão deve ter a importante contribuição das epistemologias feministas e pesquisadoras, que, graças ao seu trabalho, construíram categorias de análise, que neste caso são as melhores para explicar minhas intuições e as conclusões parciais que cheguei através da minha pesquisa, bem como continuar desenvolvendo minhas hipóteses. Graças a essas contribuições e categorias feministas, podemos avançar e encontrar alternativas de análise mais complexas e mais próximas aos problemas que enfrentamos e que setores privilegiados são incapazes de oferecer. Dejemos por acá, porque esta charla da para varios mates más.
Leia também: Çirculação da Balbúrdia: A Esperança está no Cuidado
7 https://www.actitudfem.com/amor-y-pareja/comunicacion/relaciones/10-mitos-del-amor-romantico-que- tenemos-que-dejar-de-creer
8 Um dos mais extensivamente estudados e usados como exemplo disso é a geolocalização.
9 https://es.wikipedia.org/wiki/Umma_(islam)
10 Ilé é literalmente traduzido como casa ou lar, mas representa a comunidade pertencente a um membro de uma comunidade religiosa yourubá.
11 http://www.crearensalamanca.com/la-estetica-del-hambre-texto-del-cineasta-brasileno-glauber-rocha/
12 https://www.lavaca.org/
13 http://mujerescreando.org/
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