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Perda de renda afeta 90% dos trabalhadores informais na América Latina e no Caribe

Por Luiz Costa, redação do Universidade à Esquerda
14 de maio, 2020 Atualizado: 21:29

A crise econômica que se alastra e se intensifica com a pandemia do novo coronavírus deve resultar na perda maciça de renda das pessoas com emprego formal. Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a crise pode resultar em uma perda de 60% na renda de trabalhadores informais no mundo. 

De acordo com o diretor da OIT para a América Latina e o Caribe, Vinícius Pinheiro, “após essa crise, será necessário reconstruir o mercado de trabalho e é importante que isso inclua medidas para enfrentar o problema do emprego informal em toda a sua complexidade”. 

Para Pinheiro, “a construção de um novo normal no mundo do trabalho deve ser apoiada por políticas de universalização da proteção social e de formalização do emprego”.

As taxas de informalidade na América Latina e no Caribe são alarmantes. Mais da metade da força de trabalho (54%) vive hoje em condições de informalidade. De 292 milhões de pessoas empregadas na região, 158 milhões trabalham em condições informais. No Brasil, a informalidade representa 41,1% do total de trabalhadores.

Ao todo, 90% dos trabalhadores informais estão sentido drasticamente os efeitos da crise econômica e das medidas de isolamento que visam conter a disseminação da Covid-19. 

A perda de renda deve acentuar as taxas de pobreza na América Latina e no Caribe, afetando cerca de metade da força de trabalho total. 

Segundo Pinheiro, “a crise de COVID-19 expôs dramaticamente os problemas associados à informalidade na região”. A organização estima que a crise tenha resultado em uma perda de 80% na renda dos trabalhadores informais na região.

A maior parte dos trabalhos informais é caracterizada por baixa renda, instabilidade e inexistência de proteção social e de direitos trabalhistas.

Do total de trabalhadores informais na região, 59% são trabalhadores informais por conta própria e 31% estão empregados em micro e pequenas empresas com cerca de dois a nove empregados.

Em abril, o UàE publicou uma série de relatos de trabalhadores informais da multinacional Uber que exemplifica as condições de instabilidade e insegurança dos motoristas. (A Uber “lamenta o ocorrido”)

 

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