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UFRGS demite 50 terceirizados dos Restaurantes Universitários em troca de empresa

A justificativa é a troca das empresas que prestam o serviço

Foto: Gustado Diehl/UFRGS Arquivo
Por Morgana Martins, redação do Universidade à Esquerda
01 de agosto, 2022 Atualizado: 14:48

A reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que tem como reitor-interventor Carlos André Bulhões Mendes, demitiu os trabalhadores terceirizados do Restaurante Universitário (RU) do Centro e do Campus Saúde. A justificativa é a troca das empresas que prestam o serviço para atender as reivindicações por melhorias nos RUs.

A gestão “Lutar e Mudar as Coisas” do Diretório Central dos Estudantes (DCE) convocou para hoje um ato-almoço para manifestar contra o fechamento dessas unidades do RU nesta segunda-feira. 

Não podemos naturalizar que a desorganização da reitoria interventora feche os restaurantes por um dia, mantendo as aulas e deixando milhares de colegas com fome! É um descaso que a relação da UFRGS com as empresas contratadas não garanta eficiência na troca, já que os restaurantes não servem refeições nos finais de semana”, escreve o DCE.

Em notícia publicada no site da UFRGS, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) notificou a empresa fornecedora de refeições para os restaurantes universitários do Campus Centro e do Campus Saúde sobre a rescisão do contrato, medida tomada devido à permanência dos problemas identificados no serviço prestado, que não atendia aos padrões de qualidade contratados.

Para que fosse realizada essa transição entre empresas, os RUs ficariam fechados hoje, com previsão de retornar às atividades no dia de amanhã, mediante a confirmação da PRAE.

O DCE realizou algumas mobilizações questionando a baixa qualidade dos RUs, a PRAE reconheceu isso e realizou algumas multas para a empresa. 

Mesmo assim, a situação dos RUs continuava a mesma: “segue faltando comida nos RUs, além de pratos e talheres, o que aumenta as filas e faz com que a gente se atrase pras aulas, bolsas e trabalho! Essa demora acaba impedindo que muitos colegas possam esperar e se alimentam precariamente com lanche ou até mesmo ficam sem comer!”, escreve a entidade

Um abaixo assinado foi realizado e entregue no dia 22 de julho para a PRAE. 

Por sua vez, o Centro Acadêmico Dionísio, do curso de Teatro, afirmou em publicação que os trabalhadores terceirizados estão sobrecarregados, já que são poucos para dar conta de servir, limpar e organizar a alimentação. Por isso, apontam que a troca de empresa não altera o problema e tem como consequência a demissão em massa de trabalhadores. Junto disso, questionam sobre a postura do DCE de não fortalecer a luta entre os terceirizados e estudantes da universidade.


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