Notícia
UFMG e PUC Minas realizam manifesto em defesa da Serra do Curral
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) publicaram na terça-feira desta semana (17) uma nota intitulada “A urgente defesa da Serra do Curral”, que fica na divisa entre os municípios de Belo Horizonte e Nova Lima.
Na nota, assinada pela Reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart de Almeida, e pelo Reitor da PUC Minas, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, se manifesta a preocupação com a proposta de mineração naquela área ambiental, onde pretende-se instalar o Complexo Minerário Serra do Taquaril, feito pela Taquaril Mineração S/A, em uma área equivalente a 1.200 campos de futebol.
O projeto de exploração, intitulado Tamisa, seria feito em duas etapas, começando com a extração de 31 milhões de toneladas de minério ao longo de 13 anos e a segunda na lavração de 3 milhões de toneladas de itabirito friável rico (um tipo de rocha), com dois 2 anos de implantação e nove de operação.
O Movimento Serra do Curral fez um abaixo-assinado pedindo às prefeituras locais e aos governos estadual e federal a suspensão imediata de quaisquer construções que causem impacto ambiental à Serra do Curral. O abaixo-assinado circula desde que o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou o licenciamento da mineradora Taquaril para explorar a Serra do Curral.
Na nota das universidades, afirma-se que o local é “patrimônio ambiental, histórico e cultural da Capital Mineira e de sua Região Metropolitana, a nossa Serra do Curral é um Corredor Ecológico nato, ainda íntegro, mesmo existindo tanta pressão das cidades e de atividades como a própria mineração. Ali estão abrigadas espécies endêmicas, ameaçadas. A Serra possui, ainda, papel de reguladora climática e provedora de água em quantidade e com qualidade.”
Em relação aos efeitos que a mineração pode causar, “estão os riscos à segurança hídrica de Belo Horizonte, considerando que o empreendimento interfere na Adutora do Taquaril, responsável pelo transporte de 70% da água tratada consumida pela população da Capital; risco à população belo-horizontina pela queda da qualidade do ar, tendo em vista que a poeira da exploração minerária poderá invadir a capital do Estado; ameaça geológica de erosão do Pico Belo Horizonte, bem tombado nas esferas municipal e federal e, em especial, risco ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, com perigo real ao Parque das Mangabeiras, e outras áreas protegidas, integrantes da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, cujo limite se encontra cerca de 500 metros da denominada Cava Norte.” Isso está previsto no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pela empresa.
Confira o abaixo-assinado na íntegra, bem como diversos materiais sobre o assunto: https://www.change.org/p/prefeitura-municipal-de-belo-horizonte-em-defesa-da-serra-do-curral-mg-69b77c3a-e5fa-4bfb-9801-76c25b5e90b9
O Movimento publicou uma série de textos intitulada “Os caminhos da destruição na Serra do Curral”, que podem ser acessados aqui.
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