UFFS: Reitor-interventor pode parar em inquérito sobre fake news
Marcelo excluiu publicações no twitter após sindicato dos professores denunciá-lo no STF
Por Luiz Costa, redação do Universidade à Esquerda
25 de junho, 2020 Atualizado: 20:25
Marcelo Recktenvald, reitor-interventor na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), pode ser investigado no inquérito das fake news. Quem vai decidir é o Ministro Alexandre de Moraes, relator do Inquérito 4781, que busca investigar a existência de notícias fraudulentas.
Após protocolada, a petição foi recebida pelo presidente do STF, Dias Toffoli, que entendeu que ação pode se enquadrar no inquérito das fake news. “Por evidenciar a suposta prática de possíveis crimes […], é de todo pertinente que o presente feito seja submetido à Sua Excelência [ministro Alexandre] para ciência e deliberação”, afirmou Toffoli.
Após ação do Sinduffs, Marcelo excluiu publicações que havia feito no twitter.
De acordo com o sindicato, “críticas às autoridades constituídas fazem parte da democracia entretanto não pode ser tolerada a apologia da destruição do regime democrático. Enquanto dirigente de autarquia federal, Recktenvald tem ainda outras deveres adicionais na sua relação com os demais poderes”.
Na última quinta-feira (18), os ministros do STF declararam, por 10 votos a 1, a legalidade e a constitucionalidade do Inquérito 4781. Além de disseminação de fake news, a ação busca investigar denunciações caluniosas e ameaças contra a Corte, seus ministros e familiares.
Restos de Weintraub na UFFS
Marcelo foi nomeado reitor da UFFS em setembro de 2019 pelo então ministro da Educação, Abraham Weintraub. A nomeação ocorreu após Marcelo perder a eleição e ficar em terceiro lugar na lista tríplice.
Desde então, Marcelo vem criado inúmeras manobras para se manter no cargo de reitor. Em assembleias dos campi da UFFS, 94,22% da comunidade universitária aprovou sua destituição. O próprio Conselho universitário já aprovou a destituição do reitor. Estudantes chegaram a ocupar a reitoria da universidade assim que o interventor havia sido nomeado. Até agora, porém, Marcelo conseguiu se manter no cargo.
Para o sindicato, “fica explícita a tentativa de buscar angariar apoio junto a Bolsonaro e Weintraub tendo em vista o amplo rechaço à sua nomeação antidemocrática e à sua gestão entre a comunidade universitária da UFFS. O Conselho Universitário da UFFS, após assembleias consultivas com a comunidade universitária, aprovou proposição de destituição de Recktenvald por 35 votos a 12. O encaminhamento à Presidência da República encontra-se aguardando decisão judicial”.