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Termelétrica GNA 1 entra em operação hoje por causa de crise hídrica

A medida é solução a curto prazo realizada pelo governo

Foto: GNA 1 / retirada da galeria de fotos para imprensa do site da GNA.
Por Morgana Martins, redação do Universidade à Esquerda
16 de setembro, 2021 16:49

A usina termelétrica GNA 1, segunda maior do país, recebeu autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para entrar em operação comercial a partir de hoje (16) na tentativa de buscar contribuir no atendimento da demanda de energia. 

O Brasil atravessa uma grave crise hídrica, passando por período com menos chuvas dos últimos 91 anos. A crise afetou a geração de energia das usinas hidrelétricas e levou ao acionamento das térmicas.

A usina a gás natural liquefeito (GNL) localizada no Porto do Açu, no norte fluminense, tem capacidade instalada de 1.338 megawatts (MW), ou seja, é capaz de abastecer 4 milhões de habitantes. A unidade é operada pela Gás Natural Açu, joint venture formada pela petroleira BP, Siemens, SPIC Brasil e pela Prumo Logística, controlada pelo EIG. 

Na quinta-feira passada (09), a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg) aprovou a contratação de usinas térmicas emergenciais para reforçar a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras entre 2022 e 2025. Isso porque o país corre o risco de iniciar o ano de 2022 com reservatórios de água ainda mais baixos.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a contratação das usinas se dará por procedimento competitivo simplificado, conforme previsto na medida provisória (MP) que criou a câmara de gestão da crise. Porém, o ministério não informou como será esse procedimento e nem o número de contratações.

Na quarta-feira (8) da semana passada, os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste estavam com 19,59% de sua capacidade de armazenamento de energia e a perspectiva é que ao final do mês de setembro seja de 15,62%.

A medida, portanto, é uma solução a curto prazo, já que a crise hídrica passa pelo pior cenário. Porém, o aumento do uso das usinas térmicas tem feito com que as contas de luz tenham aumentado de forma significativa, a Aneel criou até mesmo a bandeira “Escassez Hídrica”, cobrando 6,78% a mais na conta de luz. 

Ainda cabe dizer que, no mês de julho, o Brasil registrou a menor produção de energia por hidrelétricas para o mês desde 2002, segundo dados publicados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). 

Também foi no mês de julho que o país registrou recorde na geração de energia pelas termelétricas: elas foram responsáveis pela geração de 18.625 MWmed, superando o recorde registrado em 2017, quando as termelétricas geraram 17.711 MWmed.


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