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R$ 9 tá osso: estudantes da UFV protestam contra reajuste no RU
A proposta é que de R$ 1,90 o bandejão passe a custar R$ 9 reais
Estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV) realizaram na semana passada um protesto contra a política de reajustes de preços no Restaurante Universitário (RU), depois de a instituição debater sobre os cortes orçamentários e apresentar uma proposta de aumento do valor das refeições. A proposta é que de R$ 1,90 o bandejão passe a custar R$ 9 reais, um aumento de 374%.
A política do Governo Federal de reduzir o orçamento das universidades tem sido catastrófica para nossas instituições. Na UFV, foram reduzidos os repasses também para o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), a qual subsidia as refeições, realiza os pagamentos de auxílios para estudantes em vulnerabilidade socioeconômica, financia manutenção das moradias estudantis, entre outros.
Foi essa a justificativa para aumentar o valor do RU, ou seja, ao invés de buscar reunir forças para modificar as políticas do governo, jogou aos estudantes a responsabilidade de pagar pelos cortes.
A proposta foi apresentada no Fórum de Assistência Estudantil, coordenado pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (PCD), em que estiveram presentes o reitor Demetrius David da Silva e a vice-reitora Rejane Nascentes. Na sessão foi apresentado que para manter a política atual de preços do RU (R$ 1,90), seriam necessários, para 2022, investimentos em torno de R$ 20 milhões. Isso significaria R$ 4.882.013 a mais do que os R$ 15.117.987 previstos pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para o Pnaes.
A ideia central da proposta apresentada pela pró-reitora Sylvia Franceschini, é limitar os gastos com os RUs a, no máximo, 70% dos recursos da assistência estudantil, e também subsidiar apenas os estudantes (do ensino médio à pós-graduação) em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
A proposta da nova política de preços para os restaurantes foi aprovada em reunião conjunta das câmaras comunitárias dos três campi. O próximo passo é ser submetida à análise e aprovação do Conselho Universitário (Consu). Se aprovada, a reivindicação do movimento estudantil foi de que até abril os estudantes que não estejam em situação de vulnerabilidade paguem somente 50% do valor do contrato. A nova política só começaria a valer a partir de 3 de abril de 2022.
Contra essa nova política, os estudantes da FGV realizaram uma manifestação, afirmando que o RU deve ser para todos e fará com que a evasão aumente, pois é um aumento abusivo. Depois do protesto, alguns representantes estudantis compareceram à reitoria para entregar uma carta que tem o objetivo de dialogar sobre o aumento do restaurante universitário. Além disso, colocaram em frente à reitoria uma mesa com ossos em cima, para simbolizar que a situação “está osso”.