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Opinião

O retorno das aulas presenciais e sua importância para o “novo normal”

Foto de Tuca Vieira que mostra Paraisópolis e prédio de luxo do Morumbi

Vista do bairro Morumbi, em São Paulo (SP), mostra apartamentos de luxo que fazem divisa com a favela de Paraisópolis. Foto de 2004 faz parte da Coleção Pirelli/Masp. Foto: Tuca Vieira/Folhapress
Por Martim Campos, redação do Universidade à Esquerda
02 de julho, 2020 Atualizado: 12:44

Desde o início da pandemia, as desigualdades sociais, econômicas, raciais e urbanas que já eram grandes tornaram-se condições que separam ainda mais violentamente os que morrem ou vivem ante a pandemia mais grave e aguda do último século. A pressão do “mercado” pela “flexibilização” da quarentena e da demora na tomada de medidas de combate e prevenção a esta nova doença, ganham força cada vez mais expressiva e opressiva.

Recentemente, mais um empurrão foi dado em direção ao “novo normal”. Governantes de todo o Brasil anunciaram seus planos para a educação com a retomada do ensino presencial gradual nas escolas públicas e particulares. No Rio de Janeiro, na segunda-feira (29/06), foi realizada uma reunião entre empresários do setor, sindicato de professores e o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) sobre o retorno das aulas em escolas particulares do Rio de Janeiro, onde não foi estabelecido nenhum acordo. Mesmo assim, escolas particulares já começam a fazer seus planejamentos.

Já o governo de São Paulo anunciou, na quarta-feira (24/06), uma previsão para o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e particulares a partir do dia 08 de setembro. A prioridade de retorno gradual seria dada aos alunos que estão nos ciclos finais do ensino infantil, do ensino fundamental e do ensino médio, por causa da facilidade de cumprir as medidas sanitárias de distanciamento e também porque elas estão em fase de transição desses ciclos de aprendizagem (as aulas nas creches da capital paulista não fariam parte deste retorno, por exemplo).