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Opinião

Novas resoluções alteram o sentido da pós-graduação na UFSC

Normativas vão em direção à destruição da produção de conhecimento crítica na pós

Imagem: Edição UàE
Por Flora Gomes, redação do Universidade à Esquerda
24 de junho, 2021 Atualizado: 12:28

Na última sessão do Conselho Universitário (CUn) da UFSC (01/06) foi adiada, por pressão de parte dos conselheiros, a votação de duas Resoluções Normativas (RNs) aprovadas na Câmara da Pós-Graduação (CPG). A expectativa, embora ainda não haja convocação, é de que a pauta retorne na próxima terça (28/06). Se aprovadas, a pós-graduação lato sensu poderá cobrar mensalidades, expandir os mecanismos de reunião online permanentemente nos cursos stricto sensu , dentre outras questões. Apesar de ambas alterarem profundamente o sentido da pós-graduação na UFSC, pouco tem sido debatido sobre isso  na universidade.

O tema foi apresentado aos presentes sob forma de um parecer elaborado pelo relator do CUn sobre a proposta de minuta aprovada na CPG,  Prof. Conselheiro Fabrício Neves, acerca da RN 095, elaborado pela CPG, a ser votado por em bloco, sem apresentar as alterações por completo. Assim, a metodologia adotada na reunião impedia o debate dos pontos alterados na resolução e pressupunha a aprovação sem discussão. Parte dos conselheiros presentes defendeu que o Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação da universidade, não deveria discutir o tema, apenas aprová-lo. Além disso, chama a atenção o fato de que ambas as resoluções discutidas  em anos anteriores na CPG, e são apresentadas para votação no CUn neste momento em que as reuniões são remotas, dificultando a mobilização da comunidade para barrar as normativas. Essas posições demonstram que há setores da UFSC que buscam alterar substantivamente a pós-graduação de forma rápida, impedindo deliberadamente o debate crítico sobre o tema.