[Notícia] Senado aprova adiamento do ENEM após tentativa de negociação com Weintraub

Clara Fernandez – Redação UàE – 20/05/2020

Por 75 votos a 1, o Senado aprovou projeto de lei que adia a realização do exame nacional do ensino médio, em sessão realizada ontem, terça-feira (19). O único voto contrário ao adiamento da prova foi por parte do filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos – RJ). 

O projeto é de autoria da senadora Daniella Ribeiro (PP – PB) e teve como relator o senador Izalci Lucas (PSDB – DF). O senador afirmou que conversou por telefone com Weintraub na terça-feira de manhã para que o exame fosse adiado. Entretanto, o ministro foi intransigente e solicitou a retirada do projeto, voltou a reafirmar que o ENEM não serve para compensar questões sociais, além de acusar o congresso de atropelar o governo.

Davi Alcolumbre, presidente da casa, também afirmou que estava tentando negociar o adiamento do exame com o governo. Através da articulação de seu líder no Senado, Fernando Bezerra (MDB – PE), o governo estava tentando adiar a decisão para agosto.

Weintraub ainda tentou oferecer uma saída aos seus termos poucas horas antes da aprovação no senado, anunciando uma consulta pública online com os estudantes sobre a possibilidade de adiamento do ENEM, para ser realizada em junho.

A primeira aprovação da matéria ocorreu faltando três dias para encerrar os prazos de inscrição no exame estabelecidos pelo governo e agora deve seguir para a câmara de deputados. Se houverem alterações no texto, ele deve retornar para o senado antes da sanção do presidente Jair Bolsonaro.

As provas inicialmente estão previstas para ocorrer em 1º e 8 de Novembro. O projeto no Senado não definiu uma nova data a priori, apenas prevê a realização das mesmas após o fim do decreto de calamidade pública do governo em função da pandemia.

Embora a mídia burguesa destaque a atuação e posicionamento dos parlamentares quanto a matéria, é preciso levar em conta que nas últimas semanas intelectuais de esquerda, movimentos sociais e universidades públicas têm se posicionado e feito campanha pelo adiamento do ENEM.

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