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Greve Nacional dos TAEs ainda distante

Foto: UFSC à Esquerda
Por Leila Regina, redação do Universidade à Esquerda
09 de outubro, 2019 Atualizado: 20:04

Publicado originalmente em UFSC à Esquerda

No dia de ontem, 08/10, os Técnico-administrativos em Educação (TAEs) da UFSC se reuniram em assembleia para debater os encaminhamentos do Informe da Direção (ID) da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil). A expectativa dos trabalhadores era de que este ID trouxesse notícias e encaminhamentos relativos ao debate sobre greve.

Após alguns informes locais e nacionais foi lido o informe da Fasubra sobre a consulta às bases, no informe a direção afirma sobre o ponto “Greve por tempo indeterminado” que:

Um outro elemento nesta conjunta foi a realização de assembleias da base da categoria, atendendo a solicitação aprovada em Plenária para consulta de indicação de greve por tempo indeterminado. A consulta à base é sempre uma saída importante de organização, o resultado mostra o amadurecimento da categoria, que de forma democrática expressou sua opinião, e chegou à seguinte posição: 6 entidades se posicionaram a favor da greve e 25 entidades responderam não, demonstrando a necessidade de construção e ampliação da unidade com os setores da Educação. Do mesmo modo, o debate da campanha “Fora Bolsonaro e Mourão” foi realizado e apresentou o seguinte resultado: A favor da campanha, 13entidades se posicionaram de forma favorável e 16 entidades de forma contrária à campanha. Para nós, da Diretoria Nacional da FASUBRA, os resultados acima indicam que devemos continuar realizando os debates na nossa base para construirmos de forma efetiva a Greve Nacional da Educação. Continuamos em alerta e caminhando juntos com muitas lutas e organização.

Diante disto, vários trabalhadores falaram sobre a importância da greve neste momento e o descontentamento com o resultado da consulta às bases e com o informe da Fasubra. Segundo os trabalhadores cerca de metade das bases nem deliberou sobre o assunto, e só 6 sindicatos afirmaram a necessidade da greve nacional imediatamente, entre eles a própria UFSC. Entre defesas de entrada de greve para incentivar as outras bases para a discussão e falas que apontavam a impossibilidade de votar uma greve neste momento diante deste cenário acabou sendo rejeitando por maioria a entrada em greve. A disputa nacional das organizações e entidades que tem “freado” o desejo de mobilização das bases apareceu também em falas nesta assembleia dos TAE’s e contribuíram para este resultado.

Como forma de manter o estado de greve e ampliar a mobilização com trabalho de base, os trabalhadores conseguiram aprovar um dia de paralisação por semana. A ideia é que com esta paralisação semanal seja possível debater com os trabalhadores da universidade e engrossar as fileiras em defesa da universidade.

Entre as paralisações semanais ficou definido que a primeira será ainda esta semana para acompanhar o Conselho Universitário (CUn) aberto, a sessão do conselho foi indicada pelo reitor no ato dos estudantes para ocorrer na sexta-feira à tarde (11/10). Esta sessão deve aprovar a minuta que impede perseguição aos estudantes grevistas. Caso o dia do Conselho seja alterado o dia de paralisação também deve mudar.

Para a próxima semana, já ficou definido o dia 17/10, quinta-feira, como dia de paralisação dos TAEs. Neste dia deve ocorrer uma assembleia no período matutino. Além das paralisações foi aprovada a construção de grupos de trabalho (GT):

GT de mobilização para greve: que deve entrar em contato com as demais universidades que foram favoráveis a greve;
GT de para estudar o Decreto 9991/2010 que modifica as políticas de desenvolvimento de pessoas e altera a liberação para capacitação dos servidores;
e um GT sobre a Reforma Administrativa. Os trabalhadores também indicaram a necessidade de divulgação e estuda da reforma da previdência para informar melhor as alterações nas aposentadorias caso a reforma seja aprovada.

Os trabalhadores da UFSC seguem trabalhando para aumentar as mobilizações e o sentido de urgência da defesa dos serviços públicos, apesar do marasmo das direções nacionais que ainda não se organizaram em torna da pauta da greve nacional.


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