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Governo estuda conceder escolas de educação infantil a setor privado

Por Luiz Costa, redação do Universidade à Esquerda
09 de dezembro, 2019 Atualizado: 19:38

O governo Bolsonaro estuda formas de parcerias com a iniciativa privada para construir ou operacionalizar estabelecimentos da rede pública de educação infantil. A informação apareceu na edição do dia 27 de novembro do Diário Oficial da União (DOU), através de um decreto presidencial.

A parceria entre o setor privado seria estabelecida entre todas as escolas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. A intenção do governo de conceder creches públicas à iniciativa privada foi anunciada já em agosto pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Segundo Martha Seillier, da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos, a proposta inicial era conceder um portfólio de mais de mil creches cujas obras não estão finalizadas. A Secretaria, que faz parte da Casa Civil, está encarregada de selecionar os projetos.

Através de parceria com o setor privado, a medida visa avançar na transferência do setor educacional para as empresas privadas – total ou parcialmente. O setor privado educacional brasileiro já é o maior em termos monopólicos do planeta, no ensino superior. A Kroton, oligopólio com maior número de matrículas do mundo, tem avançado na educação básica, com a venda de materiais didáticos, desde 2018, quando comprou a Saber Educacional.

Leia também: Kroton e a educação básica: o que muda em nossas vidas?

O ensino infantil tornou-se obrigatório no Brasil apenas em 2009. Antes da mudança na Constituição, o ensino fundamental (dos 6 aos 14 anos) era a única fase escolar obrigatória no Brasil.

Kroton Educacional vira Cogna Educação e se divide em quatro empresas para atuar na educação básica e superior

A Kroton Educacional, maior conglomerado empresarial em educação privada do mundo, com sede no Brasil, dividiu-se em quatro empresas para ampliar seus serviços à educação básica e superior e para atrair mais investidores. Dessa forma, o conglomerado passa a se chamar Cogna Educação.

No último dia 7, a empresa, antes dividida em dois braços de atuação no mercado, o de educação superior e o de educação básica, anunciou que se ampliará para quatro divisões, cada uma, uma “nova” empresa. Para administrar essas quatro empresas, a Kroton criou a Cogna Educação, empresa que detém a maioria das ações dessas quatro outras empresas e que controla sua administração e políticas empresariais. Cogna Educação passa então a ser seu novo nome.

A Kroton até então possuía como principal forma de atuação a compra de faculdades, como Anhanguera, Pitágoras, Iuni e Unopar; oferecia serviços que atendiam ao consumidor final, ou seja, o estudante, que comprava educação nas chamadas uniesquinas. A partir da mudança de estruturação, a empresa irá aumentar sua possibilidade de ação no mercado, com prestação de serviços para escolas e faculdades, chamadas de empresas, sem que necessariamente às compre como um todo. O que alavancará o lucro do conglomerado educacional.

Leia também: Diretrizes para formação docente é aprovada na calada do dia: mais mercado


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