Jornal socialista e independente

Notícia

Atos do 8M pelo mundo

Foto: concentração para o ato no Miramar em Florianópolis. Fonte 8M Brasil- SC.
Por Maria Fernandez, redação do Universidade à Esquerda
11 de março, 2020 Atualizado: 21:16

As atividades de luta do Dia Internacional da Mulher levaram milhares de mulheres às ruas em vários países.

No Chile, que vive uma mobilização popular histórica desde outubro de 2019, milhares ocuparam as ruas em todo país. Calcula-se que somente em Santiago mais de um milhão de mulheres foram à Praça da Dignidade e somaram às pautas históricas do movimento o pedido pela saída de Piñera e contra a repressão policial. No dia 09, segunda-feira, as mulheres chilenas voltaram às ruas com pautas que denunciam a precarização do trabalho. Pautas trabalhistas juntaram-se às lutas contra violência contra mulher e pelo aborto legal. As mulheres no Chile tem exercido importante papel na construção do processo constituinte.

Na França, que também tem vivido fortes manifestações em rechaço às contra reformas do governo Macron, a véspera do 8M foi marcada pela tradicional marcha feminista que levou milhares às ruas. A marcha foi reprimida com violência, acarretando prisões. As trabalhadoras da França também lutam contra a proposta de reforma da previdência.

A Espanha também teve manifestações massivas de mulheres neste 8M. A estimativa foi de mais de meio milhão nas ruas, números oficiais que tendem a ser subestimados falam de 375.000 manifestantes em Madri, 200.000 em Barcelona, 50.000 em Bilbao e Sevilha. Foram pautadas a violência sexista, os baixos salários, feminicídios e racismo.

Na Argentina a mobilização de mulheres também foi significativa em várias cidades. A pauta do abordo legal foi amplamente defendida tanto em Buenos Aires, quanto em Córdoba e Tucumán. Em Mendoza foram cerca de 20 mil nas ruas, em La Plata 15 mil, em Córdoba 2500.

No México, a segunda-feira (09/03) foi de ruas esvaziadas, as mulheres não saíram de casa em uma greve feminina nacional. A estimativa de que a significativa ausência da força de trabalho feminina tenha causado perda de 70 milhões de reais em rendimentos. Fotos de universidade, metros e avenidas esvaziadas circularem pelas redes sociais no ato chamado de “um dia sem elas” e marcadas com as #:  #UnDiaSinMujeres, #UnDiaSinEllas, #UnDiaSinNosotras, #El9NadieSeMueve. As mulheres mexicanas também pautaram os feminicídios e as violências sexuais.

No Brasil, houve atos em mais de 70 cidades, entre elas Recife, Belo Horizonte, Brasília, Belém Pará, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis. Algumas atividades ocorreram no dia 08, Dia Internacional da Mulher, e outras foram agendadas para o dia 09, segunda-feira.

Em São Paulo a estimativa é de 10000 pessoas na Avenida Paulista, o número abaixo do esperado pode ter tido reflexo da chuva e da pouca divulgação das atividades. Apesar de o Brasil viver um momento de alto número de feminicídios e de acirramento das disputas e ataques às mulheres ainda há muito trabalho de mobilização a ser feito.

No Rio de Janeiro ocorreram atos em Copacabana e na Candelária. Também ocorrem atos nas ruas do centro de Belo Horizonte. No Marco Zero em Recife. Na Barra em Salvador. Na Praça Waldemar Henrique em Belém. Em Curitiba e Florianópolis as atividades destacaram mulheres que foram assassinadas recentemente. As críticas ao governo Bolsonaro estiverem presentes.

Em Florianópolis uma série de atividades políticas e culturais foram programadas para o domingo e segunda-feira. As atividades foram encerradas com uma marcha pelo centro da cidade no início da noite de segunda-feira.

Foto: concentração para o ato no Miramar em Florianópolis. Fonte 8M Brasil- SC 


Compartilhe a mídia independente