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As dez vidas que se perderam no massacre de Suzano

Por Flora Gomes, redação do Universidade à Esquerda
14 de março, 2019 Atualizado: 15:04

O atentado ocorrido nesta quarta-feira (13), em Suzano, interior de São Paulo, deixou 10 mortos no local e 23 pessoas feridas.

Dentre aqueles que vieram a óbito, seis eram alunos da escola. Um dos mais novos dentre eles, Caio Oliveira, de 15 anos, era estudante do primeiro ano do Ensino Médio. Manifestava forte interesse por rap, jogos de basquete e pela série “Um Maluco no Pedaço”.

Claiton Antônio Ribeiro, de 17 anos, cursava o último ano do Ensino Médio. Segundo colegas era um jovem tímido, simples e gentil, além de ser muito estudioso. Sonhava em fazer faculdade.

Samuel Melquíades, 16 anos, frequentava a Igreja Adventista e tinha talento para artes. Assim como o pai, tinha vontade de ser artista.

Douglas Murilo Celestino, de 16 anos, foi o último a ter o corpo identificado pela Secretaria de Segurança Pública. O adolescente tinha pedido anteriormente à mãe para mudá-lo de escola. Entretanto, como já estava no último ano, acabou permanecendo na Raul Brasil.

Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos, estava desaparecido desde o tiroteio. A família reconheceu o corpo no Instituto Médico Legal (IML) apenas na noite de quarta-feira, já que seus documentos foram confundidos com os de outro colega.

Além dos estudantes, também foram assassinadas duas funcionárias da escola. Marilena Umezu, 59 anos, era coordenadora pedagógica da escola. No Facebook, criticava a posse de armas e defendia a educação como forma de “salvar o cidadão”.  Eliana Regina Xavier, de 38 anos, era agente de organização escolar. Segundo colegas era educada e acolhedora, representando uma profissional solícita para alunos e professores.

Também veio à óbito Jorge Antônio Moraes, de 51 anos, que era tio de Guilherme Taucci Monteiro. Trabalhava em uma loja de carros e, antes de os dois jovens direcionarem-se à escola, passaram pela loja de Jorge e o feriram. Ele foi levado para o hospital mas não resistiu aos ferimentos.

Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, era um dos atiradores. Gostava de jogos de vídeo-game e, segundo a mãe, não apresentava comportamentos tidos como violentos, era apenas silencioso. A mãe do adolescente, e de mais quatro crianças, batalha historicamente contra a sua dependência química e está desempregada há dois anos. Relatou que o filho deixou uma foto, do jovem junto ao pai, queimada ao lado da cama antes de sair de casa. Guilherme, filho de pai ausente, foi criado pelos avós maternos. Segunda a tia, há cerca de 4 meses Guilherme vinha apresentando constantes sinais de tristeza.

Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, vivia na mesma rua de Guilherme e planejou o ataque junto a ele. Ambos eram amigos de infância e costumavam jogar juntos em uma Lan House. Segundo a funcionária da Lan House, era um rapaz quieto e que gostava de jogos de tiros, como muitos outros que frequentam aquele espaço.

Na manhã de hoje, quinta-feira (14), as famílias e amigos das funcionárias e estudantes mortos no massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, velaram as vítimas na Arena Suzano, no Parque Max Feffer.

Leia também: Atentado em escola em Suzano (SP) deixa, ao menos, dez mortos


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