Os Correios computaram lucro líquido de R$ 1,53 bilhão em 2020, segundo dados enviados ao Ministério da Economia, o melhor resultado em uma década.
O documento enviado pelo presidente da estatal, Floriano Peixoto Vieira Neto, ressalta que o profícuo desempenho favorece os planos de privatização da empresa.
Segundo o documento, o desempenho “garante à empresa uma imagem institucional sólida” situando a companhia “em condições bastante favoráveis no contexto dos estudos de desestatização que estão sendo conduzidos a seu respeito”.
O governo federal entregou o projeto de privatização dos Correios no dia 24 de fevereiro à Câmara dos Deputados. Em abril, os deputados aprovaram requerimento de urgência para a proposta, possibilitando que o projeto seja pautado em qualquer momento.
De acordo com Martha Seillier, secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Ministério da Economia, o programa de desestatização do governo federal prevê a venda dos Correios ainda em 2021.
O formato de privatização dos Correios está planejado para ocorrer através da venda de controle da empresa, ao invés da venda de ações. Estima-se que ao menos 70% do capital da empresa seja oferecido à iniciativa privada, de forma que a União fique apenas com uma parcela minoritária da empresa.
Para a companhia, o desempenho em 2020 pode ser fruto da expansão do comércio eletrônico, que teve aumento de demanda com a pandemia do coronavírus e a necessidade de trabalho remoto.
Segundo a estatal, a receita com encomendas manteve o patamar de crescimento, com alta de 9% em relação a 2019. Mas as receitas internacionais ultrapassaram R$ 1,2 bilhão, um valor inédito na história da companhia.
O resultado da estatal impulsionou um aumento de 84% no patrimônio líquido em relação a 2019.
Boiada passando
Na madrugada desta quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da Medida Provisória 1031/21, que viabiliza a privatização da Eletrobrás.
O modelo de privatização aprovado pela Câmara prevê a emissão de novas ações a serem vendidas no mercado financeiro sem a participação da estatal, o que resulta em uma perda do controle acionário atualmente mantido pela União.
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Também nesta semana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou edital de leilão de privatização da CEA, Companhia de Energia do Amapá, em conjunto com a concessão do serviço público por 30 anos. A concessão deve ser feita no dia 18 de junho, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Na mesma esteira, no começo do mês de maio, realizou-se o leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), com a privatização de três dos quatro blocos. Cada um deles corresponde a uma parte da Capital e algumas cidades do Estado.
Em março, o governo federal confirmou a inclusão da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no Programa Nacional de Desestatização (PND). A EBC é uma empresa pública responsável por gerir emissoras federais de rádio e TV, além de manter uma agência pública de notícias, a Agência Brasil.
A previsão da privatização é para daqui há dois ou três anos, de acordo com o secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura, da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Diogo Mac Cord.
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