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Manifesto de Córdoba – 21 de Junho de 1918

La Juventud argentina de Córdoba a los hombres libres de Sudamérica

Manifesto de Córdoba 21 de junho de 1918
Imagem: UàE
21 de junho, 2021 Atualizado: 14:18

Há 103 anos os estudantes da Universidade Nacional de Córdoba na Argentina realizavam uma grande luta para transformar a universidade – exigiam liberdade, autonomia, crítica. A revolta dos estudantes tomou a América Latina e inspirou lutas em diversos países. A Reforma de Córdoba é um marco histórico para todos que lutam pela Universidade. Em 21 de Junho de 1918 os estudantes lançaram um documento que se inscreveu na história de nossas lutas. Lembrá-lo não é apenas um ato reverência àqueles que vieram antes de nós, mas sobretudo um esforço para aprender com o melhor das experiências de luta pela transformação da Universidade e da sociedade. Confira o Manifesto de Córdoba na íntegra abaixo e acompanhe os debates sobre esse momento significativo. Viva a revolta de Córdoba! Que seus ventos continuem a soprar por toda América Latina!

Da Juventude Argentina de Córdoba aos homens livres da América

Manifesto de Córdoba
21 de junho de 1918


Homens de uma República livre, acabamos de romper a última cadeia que, em pleno século XX, nos atava à antiga dominação monárquica e monástica. Resolvemos chamar todas as coisas pelos nomes que têm. Córdoba se redime. A partir de hoje contamos para o país uma vergonha a menos e uma liberdade a mais. As dores que ficam são as liberdades que faltam. Acreditamos que não erramos, as ressonâncias do coração nos advertem: estamos pisando sobre uma revolução, estamos vivendo uma hora americana.

A rebeldia estala agora em Córdoba e é violenta porque aqui os tiranos tinham muita soberba e era necessário apagar para sempre a lembrança dos contrarrevolucionários de maio. As universidades foram até aqui o refúgio secular dos medíocres, a renda dos ignorantes, a hospitalização segura dos inválidos e o que é ainda pior – o lugar onde todas as formas de tiranizar e de insensibilizar acharam a cátedra que as ditasse. As universidades chegaram a ser assim fiel reflexo destas sociedades decadentes que se empenham em oferecer este triste espetáculo de uma imobilidade senil. Por isso é que a ciência frente a essas casas mudas e fechadas, passa silenciosa ou entra mutilada e grotesca no serviço burocrático. Quando em momento fugaz abre suas portas aos altos espíritos é para arrepender-se logo e fazer-lhes impossível a vida em seu recinto. Por isso é que, dentro de semelhante regime, as forças naturais levam a mediocrizar o ensino, e o alargamento vital de organismos universitários não é o fruto do desenvolvimento orgânico, mas o alento da periodicidade revolucionária.