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Opinião

Kroton cortará 75% dos cursos presenciais: EaD é mais lucrativo

EaD, legitimado pelas universidades públicas, serve aos oligopólios para aumentarem seus lucros

Anúncio da mudança de nome de Kroton para Cogna Educacional. Foto: Facebook de Rodrigo Galindo
Por Maria Alice de Carvalho, redação do Universidade à Esquerda
25 de agosto, 2020 Atualizado: 11:16

A Cogna Educação, maior empresa educacional do país, irá se reestruturar após pandemia da Covid-19 com o objetivo de gerar mais margem de lucro, caixa e atrair investidores. A alteração mais significativa da empresa será em sua divisão do ensino superior, a Kroton, com redução dos cursos de graduação presencial e sua substituição por cursos a distância.

A Cogna é o maior oligopólio educacional do Brasil. Em 2016, o grupo concentrava 877 mil matrículas (presenciais e EaD), enquanto o segundo maior grupo, a Estácio de Sá, continha 436 mil estudantes matriculados. 

A Cogna oferece, através da Kroton, 59 cursos presenciais, os quais passarão a ser cerca de 15 após a reestruturação. A Kroton possui, hoje, 292 mil estudantes matriculados no ensino presencial e 552 mil no ensino a distância. 

Os cursos que permanecerão presenciais serão aqueles de maior mensalidade, como medicina, direito, odontologia e medicina veterinária. Aqueles cursos que possuem baixa mensalidade passarão a ser digitais.