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Kroton Educacional vira Cogna Educação e se divide em quatro empresas para atuar na educação básica e superior

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Imagem: Site da Cogna
Por Maria Alice de Carvalho, redação do Universidade à Esquerda
14 de outubro, 2019 Atualizado: 20:07

A Kroton Educacional, maior conglomerado empresarial em educação privada do mundo, com sede no Brasil, dividiu-se em quatro empresas para ampliar seus serviços à educação básica e superior e para atrair mais investidores. Dessa forma, o conglomerado passa a se chamar Cogna Educação.

No último dia 7, a empresa, antes dividida em dois braços de atuação no mercado, o de educação superior e o de educação básica, anunciou que se ampliará para quatro divisões, cada uma, uma “nova” empresa. Para administrar essas quatro empresas, a Kroton criou a Cogna Educação, empresa que detém a maioria das ações dessas quatro outras empresas e que controla sua administração e políticas empresariais. Cogna Educação passa então a ser seu novo nome.

A Kroton até então possuía como principal forma de atuação a compra de faculdades, como Anhanguera, Pitágoras, Iuni e Unopar; oferecia serviços que atendiam ao consumidor final, ou seja, o estudante, que comprava educação nas chamadas uniesquinas. A partir da mudança de estruturação, a empresa irá aumentar sua possibilidade de ação no mercado, com prestação de serviços para escolas e faculdades, chamadas de empresas, sem que necessariamente às compre como um todo. O que alavancará o lucro do conglomerado educacional.

Leia também: [Opinião] Kroton e a educação básica: o que muda em nossas vidas?

As quatro divisões da Cogna Educação são:

Kroton –  a empresa que manterá o nome Kroton manterá foco no ensino superior através da compra de faculdades e mantendo a oferta de serviços aos estudantes.

Saber – atuará na prestação de serviços também aos estudantes através de cursos de línguas e das escolas básicas das quais a Kroton já era proprietária; disputará também licitações no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), do Ministério da Educação.

Vasta Educação – é a antiga Somos, comprada pela Kroton em 2018; oferecerá serviço de gestão para escolas e produção de material didático. Entra na atuação de prestação de serviços para empresas (escolas e faculdades) e não mais para consumidores (estudantes).

Platos –  oferecerá serviço de gestão para o ensino superior. Serviço que, caso se aprove o Programa Future-se do Ministério da Educação, poderá se estender também para as Universidades Públicas Federais.

Sobre a Platos, o Diretor Executivo da antiga Kroton e agora da Cogna Educação, Rodrigo Galindo, relatou “A gente sempre entendeu que o nosso modelo acadêmico, o Kroton Learning System, era um diferencial competitivo gigantesco, o nosso secret sauce. Agora estamos criando uma empresa para oferecer isso. Por quê? Porque o mundo está mudando. Eles não precisam ser nossos competidores, podem ser nossos parceiros. A gente pode ajudá-los a ser mais eficientes”.

Com a separação em quatro empresas,  Rodrigo Galindo manteve-se como Diretor Executivo da Cogna Educação. A Kroton passa a ser presidida por Roberto Valério, vice-diretor de Educação a Distância da Kroton.  Platos possui como Diretor Presidente o vice-diretor de negócios em pós-graduação latu sensu e educação continuada da Kroton, Paulo de Tarso Moraes. A Saber será liderada por Paulo Serino, do grupo Marista. E a Vasta por Mario Ghio, da antiga Somos Educação.

Além dessas quatro divisões, em 2020 a Cogna Educação passará a ter também a Cogna Venture, que atuará no investimento de Startups.

A Kroton, assim como outras empresas que atuam na educação, aumentou exponencialmente com a implementação do financiamento das matrículas pelo estado através do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Financiamento Estudantil (Fies). Atualmente, a Kroton possui valor de mercado de R$ 18,2 bilhões. 

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