Durante o dia de hoje entregadores de moto e carro que trabalham com o aplicativo LOGGI, no Rio de Janeiro, realizaram paralisações nas sedes da empresa. Os galpões e postos de coletas da empresa foram bloqueados pelos trabalhadores no centro, em Cordovil, São Cristóvão, Vila Isabel, Barra, Niterói e Duque de Caxias. Os entregadores ficavam logados nos aplicativos, mas não deixavam que as entregas fossem recolhidas.
A greve dos trabalhadores foi motivada pelo valor das rotas da empresa, que chegaram a baixar para metade do preço durante a pandemia. Os trabalhadores reivindicam que as taxas fiquem estipuladas em R$2,00 por quilômetro para motos e R$3,00 para carros, R$1,50 por pacote e limite de pacotes recolhidos para 20. Além disso, há a reivindicação da possibilidade de pedir recurso aos bloqueios sofridos pelo aplicativo e ao encerramento de parceria, reembolso de custos com pedágios, fim da acareação grátis (processo de verificação que o entregador precisa fazer quando um cliente reclama não recebimento de um pacote dado como entregue) e volta do pagamento dos quilômetros de retorno quando um produto não consegue ser entregue.
Os trabalhadores pretendem continuar com a paralisação no dia de amanhã, a partir das 07h30m. Confira registro em vídeo da paralisação de hoje, divulgado pela página Treta no trampo:
Falecimento de trabalhador em serviço
Também gerou revolta e manifestações por parte dos trabalhadores da LOGGI a morte de um entregador em serviço durante a última madrugada. Thiago de Jesus Graciano Coelho perdeu o equilíbrio ao bater em uma barreira de concreto conhecida como gelo baiano na pista de trânsito e acabou colidindo com um poste. Faleceu no hospital durante a tarde de hoje. O obstáculo de concreto se encontra em uma curva e já possui histórico de contribuir com diversos acidente com motos e bicicletas na região.
Entregadores realizaram um protesto agora de noite em Icaraí, em memória de Thiago. Confira no vídeo divulgado pela página Invisíveis:
São Paulo também contou com manifestações de entregadores na sexta-feira (05)
Também na última sexta-feira (05), entregadores de moto e bicicleta de diversos aplicativos realizaram uma manifestação em São Paulo, em frente ao MASP. Os trabalhadores reivindicaram fim da pontuação, melhores valores na corrida e taxa mínima e fim dos desligamentos sem motivo.
Confira os registros e reivindicações da manifestação de sexta no vídeo feito pelo Coletivo Treta:
Contra o Fascismo e por direitos trabalhistas
Recentemente também foi lançado um coletivo de entregadores antifascistas em São Paulo, que tem como objetivo lutar contra o avanço do autoritarismo e por direitos trabalhistas para os entregadores. Os integrantes do coletivo estiveram presentes nos atos do último Domingo (07), contra Bolsonaro, o racismo e o genocídio da população negra.
Confira o vídeo em que o fundador do coletivo se coloca contra a identificação como empreendedor que busca mascarar a verdadeira condição desses trabalhadores:
As manifestações de entregadores têm se intensificado desde Abril, com o agravamento da pandemia de Covid-19 e da crise econômica.