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Opinião

Eleições na UFSC: política do medo e o fantasma do “70/30”

Debate sobre as eleições reacende disputa pela paridade dos votos

Montagem produzida com imagens do UFSC à Esquerda e Gitit-WMIL/Wikicommons.
Por Thiago Zandoná, redação do Universidade à Esquerda
30 de setembro, 2021 Atualizado: 16:34

O Conselho Universitário (CUn) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) começou os debates para tratar do processo eleitoral para a escolha do próximo dirigente máximo da instituição, que deve ocupar a reitoria entre 2022 e 2026. Com as discussões, é retomada novamente a disputa pelo sentido e caráter do processo, em especial, sobre sua paridade ou não. Mas desta vez com uma particularidade conjuntural: o medo de uma intervenção.

A disputa pela paridade dos votos por categoria é uma das principais pautas no interior das universidades brasileiras nas últimas décadas. Nos últimos anos, a partir de uma forte disputa no interior das universidades, a maior parte das instituições modificaram seu processo de escolha para acatar a paridade de votos, ou seja, cada categoria da universidade (professor, estudante e técnico) tem o mesmo peso nos votos para a escolha do reitor.

Essa disputa esteve presente em praticamente todas as universidades e, na grande maioria, o movimento a favor da paridade conseguiu emplacar vitória. Em 2019, cerca de 62% das universidades federais adotavam a consulta paritária, enquanto apenas 30% mantinham o formato antigo 70/30 — outros 7% adotavam outra forma ou um formato desconhecido pelo levantamento. A informação foi coletada e disponibilizada pela Assufrgs (Sindicato dos técnicos-administrativos da UFRGS, UFCSPA e IFRS).