Com as determinações definindo volta às aulas presenciais, vários movimentos tem se posicionado sobre os riscos de uma volta nas condições atuais da pandemia de coronavírus em todo o Brasil. As aulas presenciais no Rio de Janeiro, por exemplo, estão previstas para retorno ainda em fevereiro na rede municipal e para março na rede estadual de ensino.
Diante dessa previsão, os trabalhadores da educação deliberaram por aderir a uma “greve pela vida”. Em assembleias chamadas pelo SEPE-RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro) houve grande adesão dos profissionais pela proposta de greve.
Na sexta-feira (29/01) 88,6% dos profissionais da educação da rede pública estadual do RJ que participantes da assembleia on-line foram favoráveis a Greve, mantendo o trabalho virtual. A categoria ainda aprovou por 80% a defesa da inclusão dos profissionais da educação no grupo prioritário de vacinação contra Covid-19. Entre outros pontos de reivindicação, debatidos e aprovados, estivaram o fornecimento de alimentação, equipamentos e serviço de internet para os estudantes; e a defesa da autonomia pedagógica nas atividades remotas, indicando:
“que o Sepe apresente para o governo as propostas de alternativas pedagógicas emergenciais que esta categoria está debatendo e reivindique que as unidades escolares tenham autonomia para debater e decidir na sua comunidade escolar qual opção pedagógica é mais adequada entre essas propostas e outras que venham de Profissionais, Alunos e Responsáveis, garantindo a autonomia pedagógica”. ( SEPE-RJ).
As votações podem ser conferidas no site do sindicato.
Já no sábado (30/01) foi realizada a assembleia dos profissionais da rede municipal. Estes também aprovaram por 84,5% a Greve pela Vida com a manutenção do ensino remoto, mantendo a unidade nas definições com a rede estadual. Ainda no dia 30 o Departamento Jurídico do Sepe informou ajuizará medidas cabíveis contra as medidas da prefeitura RJ para a volta às atividades presenciais nas escolas.
Outras redes municipais do estado também discutem a possibilidade de aderir uma “greve pela vida”. A greve deflagrada neste formato em que os trabalhadores permanecerão trabalhando, mas remotamente, é uma forma da categoria defender a saúde e vida dos trabalhadores e estudantes. Assim os trabalhadores convocados para atividades presenciais a partir de fevereiro não deverão comparecer às escolas.
Além de pontuarem a necessidade de vacinação dos profissionais da educação para o retorno presencial das aulas, os profissionais também indicam que não foi garantida infraestrutura necessária para seguir protocolos de segurança nas escolas. Nos relatos dos profissionais fica evidente que é grande o número de escolas sem adequação de ventilação, estrutura de banheiros e fornecimento de água para a mínima necessidade de higienização das mãos.
Sobre a inclusão da vacinação dos profissionais da educação como prioridade o Sindicato lançou nota corrigindo informações falsas veiculadas. Segundo a diretoria do SEPE-RJ a categoria não deliberou para que os profissionais da educação passem a frente de idosos, indígenas e quilombolas na prioridade da vacinação, mas que:
A resolução aprovada é de que voltaremos ao trabalho presencial somente com a vacinação do conjunto dos profissionais de educação. Assim, defendemos que, se a educação é um serviço prioritário, vacinar os profissionais de educação precisa ser também uma prioridade (Diretoria do SEPE RJ).
Já estão previstas novas assembleias da categoria para os dias 10 e 11/02, para as redes de ensino municipal e estadual respectivamente. Há também mobilizações dos profissionais da educação contra o retorno de atividades presenciais ocorrendo em outros estados, como no: Paraná, Amazona e São Paulo.