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Opinião

Das vidas perdidas pelo governo Bolsonaro

Imagem: Manifestação Fora Bolsonaro na Avenida Paulista. 19 de junho de 2021. Foto por Roberto.Parizotti
Por Bela Mielczarski, redação do Universidade à Esquerda
16 de junho, 2021 Atualizado: 21:48

Em meio às revelações da CPI que expõem a negligência do governo Bolsonaro frente a pandemia da Covid-19, está a revoltante constatação de que o governo negou a compra de vacinas que haviam sido oferecidas pela Pfizer em agosto de 2020, a oferta era de 70 milhões de doses, que apenas 6 meses depois foram adquiridas. O epidemiologista Pedro Hallal calculou que no mínimo 95 mil vidas poderiam ter sido salvas se o governo tivesse comprado as vacinas quando elas foram oferecidas. 

A informação de que o governo recusou as vacinas veio do gerente-geral da farmacêutica Pfizer, ele relatou que o governo recusou três ofertas das 70 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech, cujas primeiras doses poderiam ter sido entregues em dezembro de 2020. Somado a este relato, está o do diretor do Instituto Butantan, que constata a rejeição do governo de três ofertas de 60 milhões de doses da vacina Coronavac que foram feitas em julho de 2020, mas apenas aceitas em janeiro de 2021. Com esses relatos e os dados epidemiológicos da doença no Brasil, o pesquisador Hallal chegou às aproximações de seus cálculos, nos quais tentou ser conservador. Ele mesmo fala que o número de vidas salvas provavelmente seria ainda maior.