Notícia
Como as universidades estão organizando o retorno das atividades
Universidades decidem sobre ocupação do espaço físico e passaporte vacinal para o retorno presencial
Passados quase dois anos de fechamento e isolamento, com um quadro de vacinação mais avançado — com cerca de 70% de brasileiros vacinados com a segunda dose, apesar da taxa ainda baixa de pessoas com o ciclo vacinal reforçado —, muitas das universidades buscam agora formas de retornar a comunidade acadêmica aos campi.
O triste quadro da pandemia de Covid-19 segue em vigor no Brasil e no mundo. Aqui, na tentativa de retomar a economia, um clima de normalidade foi imposto desde o início da crise sanitária, estimulando a circulação e o consequente retorno de muitas atividades — como, por exemplo, a educação.
Por suas características próprias, como a autonomia que gozam, as universidades públicas traçaram seus próprios planos com relação ao enfrentamento da pandemia. Agora, com diferentes estratégias de biossegurança, algumas universidades planejam retornar ao seu espaço físico.
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Universidade Federal do Pará (UFPA)
O retorno presencial das aulas na UFPA aconteceu no dia 3 de janeiro. Com a volta às aulas, o passaporte de vacinação também foi adotado — tanto para a entrada nos espaços da universidade, quanto para a matrícula, no caso de estudantes.
Se um estudante não comprovar o ciclo vacinal completo durante o período de matrícula, será bloqueado do sistema, podendo o bloqueio ser removido apenas após a comprovação da vacinação.
A obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação estende-se também aos servidores técnicos administrativos e docentes da universidade.
Além disso, o uso de máscaras é obrigatório, os espaços da universidade poderão ocupar 100% de sua lotação máxima e o retorno será integralmente presencial.
Universidade de Brasília (UnB)
O segundo semestre de 2021 na UnB iniciou em janeiro deste ano através do ensino remoto. Entretanto, a universidade prevê que ao menos 15% das turmas contem com algumas atividades presenciais ao longo do próximo semestre, estando a cargo de cada unidade de ensino a gestão e organização da lotação dos espaços físicos.
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De acordo com o último levantamento realizado pelo Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação (Ccar) da UnB, mais de 90% da comunidade acadêmica da UnB está com pelo menos duas doses da vacina contra o covid-19.
Para que se possa acessar os principais prédios da universidade — como o Restaurante Universitário e a Biblioteca Central — é necessário a apresentação do cartão de vacinação completo e uso de máscaras.
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Com o retorno das aulas presenciais agendadas para o dia 21 de fevereiro, a reitoria da UFPB, comandada pelo interventor Valdiney Gouveia, resiste à implementação do passaporte vacinal.
Apesar disso, membros da comunidade acadêmica manifestam-se favoráveis à exigência do comprovante de vacinação. Na tarde de ontem (10), os estudantes realizaram um protesto no campus localizado em João Pessoa exigindo o retorno presencial seguro.
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
O primeiro semestre letivo de 2021 da UFPE, que iniciou no dia 31 de janeiro, estava marcado para ter seu início híbrido. Entretanto, devido a piora no cenário da pandemia, as aulas estão mantidas exclusivamente em formato remoto.
A perspectiva é que se possa retornar para a universidade no dia 21 de fevereiro. O retorno, ainda, pode ocorrer de forma híbrida, sendo decisão de cada curso o modelo a ser adotado.
O retorno deve contar com a obrigatoriedade da comprovação da vacinação completa para todas as pessoas que transitarem pelas dependências da instituição, independente do vínculo com a universidade.
Docentes, servidores técnicos administrativos e estudantes que não apresentarem a comprovação terão o acesso impedido, sendo atribuída falta injustificável. Além disso, aos servidores que não realizarem a comprovação do ciclo vacinal, os regimes de trabalho remoto não serão concedidos.
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
A reitoria da UFRJ determinou a retomada das atividades presenciais a partir do dia 31 de janeiro. Esse é o segundo retorno presencial que a universidade enfrenta.
Em novembro de 2021, por meio de uma determinação emitida pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, bem como todas as demais instituições de ensino do estado — da educação básica à superior — foram convocadas a retornar às aulas com algum grau de presencialidade.
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Devido ao aumento dos casos em dezembro, ligado à variante Ômicron e aliado com o surto de Influenza, a reitoria da universidade decidiu pelo retorno ao ensino remoto, no dia 6 de janeiro, prevendo a retomada presencial até o final do mês.
Além da adoção de medidas de prevenção, como uso de máscaras e distanciamento, a UFRJ exige o comprovante de vacinação contra o Covid-19 para acessar os prédios da instituição.
Na ausência do comprovante, deve-se apresentar um laudo negativo de teste de antígeno (com antecedência de 24 horas) ou de teste molecular (com antecedência de 48 horas). Em nota, a reitoria reitera os cuidados exigidos para o retorno presencial:
“Lembramos, ainda, que a comprovação do esquema vacinal completo contra a covid-19 é obrigatória para o acesso a espaços da Universidade e que a organização de eventos que causem aglomeração não deve ocorrer. Além disso, a manutenção das medidas não farmacológicas preventivas é essencial: distanciamento interpessoal, uso correto de máscara apropriada e higienização frequente das mãos.”
Universidade de São Paulo (USP)
Na USP, o primeiro semestre de 2022 deve iniciar presencial, no dia 14 de março. A universidade pretende retornar com 100% de ocupação em espaços como salas de aulas, laboratórios e repartições administrativas. Além disso, o comprovante da vacinação contra o Covid-19 será exigido para o acesso aos espaços da instituição.
Para facilitar o controle do acesso, a USP produzirá seu próprio cartão virtual de informações, podendo ser acessado por meio de um aplicativo em celular.
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Na Unicamp, o retorno das aulas, em formato híbrido, foi adiado pela reitoria para o dia 14 de março, após reuniões com a comunidade acadêmica.
Além da cobrança da vacinação contra Covid-19 e uso de máscaras, a Unicamp prevê não manter a ocupação de 100% da lotação das salas, investindo em tecnologia que permita a criação de “salas gêmeas” — salas de aula onde parte dos estudantes acompanharão as aulas presencialmente e parte de modo online.
De acordo com a professora Maria Luiza Moretti, coordenadora geral da Unicamp e reitora em exercício, ao todos, já foram comprados 220 kits de um equipamento para garantir o hibridismo na Unicamp.
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Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Na UFSC, o primeiro semestre de 2022 deve iniciar com a retomada das aulas presenciais em 18 de abril.
Ainda há indefinição com relação à ocupação dos espaços da universidade, tendo apenas a exigência do passaporte vacinal já definido para estudantes, servidores técnicos administrativos e docentes. Para os estudantes que não apresentarem a comprovação da imunização, a matrícula não será completa.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Na UFRGS, o retorno presencial foi adiado para o dia 7 de março.
Apesar de aprovada em reunião do Conselho Universitário (CONSUN), com ampla maioria, no início de novembro, a exigência de passaporte vacinal tem sido rechaçada pelo reitor-interventor Carlos Bulhões.
Na portaria que anunciou o adiamento do retorno presencial, o reitor afirma que “a exigência de apresentação de passaporte vacinal, como condicionante do retorno à presencialidade, não pode ser implementada”.