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Opinião

As mentiras de Bolsonaro na 75ª Assembleia Geral da ONU

Fazem parte da estratégia de distribuição dos custos políticos da crise

Imagem: Gravação do pronunciamento do Presidente da República, Jair Bolsonaro para o Dia do Trabalhador. Foto: Alan Santos/PR
Por Flora Gomes, redação do Universidade à Esquerda
24 de setembro, 2020 Atualizado: 11:08

Na Assembleia do 75º aniversário da Organização das Nações Unidos (ONU), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um discurso sobre elementos da conjuntura brasileira, tocando em assuntos como a pandemia, o meio ambiente e a economia, omitindo  fatos públicos importantes para o debate sobre a real situação do país, o que gerou indignação em diversos setores. 

A ONU é um instrumento internacional que nasceu no fim da Segunda Guerra Mundial (1930-1945) sob argumento da necessidade de haver uma instituição acima dos conflitos entre as nações e que visasse a paz entre todos. Na prática, a organização é um instrumento poderoso do exercício da hegemonia de países de capitalismo central, como os Estados Unidos. Os ritos de espaços como o da Assembleia são marcados por momentos em que líderes dos diversos países marcam seus posicionamentos políticos e diplomáticos. 

Neste ano, os discursos dos chefes de Estado foram feitos na modalidade online. O presidente brasileiro apresentou uma fala extremamente ideológica, mentindo sobre a situação do país e sobre suas escolhas políticas frente à grave crise que atravessamos. O relator especial da ONU, Baskut Tunkat, responsável pelos temas de direitos humanos e resíduos tóxicos, enviou uma recomendação oficial para que o governo seja internacionalmente investigado por suas políticas ambientais e de direitos humanos.