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Opinião

A Reforma Administrativa deve ser combatida pelo conjunto dos trabalhadores

Não se trata apenas de um setor da classe, mas da ressignificação dos critérios gerais

Foto: Educadores Gaúchos em protesto – CPERS/Sindicato (Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul)
Por Caio Sanchez, redação do Universidade à Esquerda
10 de setembro, 2020 Atualizado: 07:29

A profunda crise que estamos a atravessar tem onerado toda a classe trabalhadora, distribuindo esses custos de diferentes formas para os setores da classe. Cerca de 61,7 milhões de brasileiros são informais ou desempregados. Estes, ou sobrevivem do auxílio emergencial, que foi cortado pela metade, ou pagam suas contas às custas de exporem-se a condições arriscadas de saúde sem qualquer segurança contratual. Mesmo os trabalhadores formais, cujo vínculo empregatício poderia garantir maior estabilidade durante a pandemia, tiveram seus salários drasticamente cortados.

É na esteira destes parâmetros que a Reforma Administrativa se insere, pressionando mais um setor da classe trabalhadora ao ajustamento do valor histórico e moral força de trabalho às necessidades do capital. Sob argumento de que o pagamento de pessoal resultaria em elevados gastos de custeio, a conta da crise chega também ao setor dos trabalhadores estatutários. O ajuste das condições dessa fração tem como resultado o ajuste de toda a classe e por isso deve ser combatido por todos os trabalhadores. 

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