Entregadores de aplicativos de vários países da América Latina aderiram ao chamado de greve.
Por Nina Matos, redação do Universidade à Esquerda
01 de julho, 2020 Atualizado: 19:07
Convocada no início de junho, o Breque dos Apps internacionalizou, alcançando diversos países da América Latina. Circularam nesse último mês pelas redes sociais materiais produzidos pelos repartidores argentinos, chilenos, mexicanos e de diversas outras nacionalidades, convocados demais trabalhadores a aderirem a greve.
Tanto no Brasil quanto em outros países, as paralisações já vinham acontecendo em diversas cidades e em momentos distintos, mas todas compartilhavam as mesmas pautas: o fim dos bloqueios indevidos, aumento das taxas repassadas aos entregadores e que as empresas dos aplicativos se responsabilizem pela segurança desses trabalhadores.
Na América Latina, dos 292 milhões de trabalhadores, cerca de 54% estão na informalidade. Em meio a pandemia, esses trabalhadores acabam ainda mais expostos à contaminação, pois precisam continuar trabalhando para pagar as contas e alimentar a família.
Sem a responsabilização das empresas dos aplicativos, fica a cargo dos trabalhadores arcarem com máscaras, álcool em gel e materiais para a higienização dos equipamentos de trabalho — o que gera mais gastos aos trabalhadores, que já viam suas rendas serem diminuídas, seja diretamente pela redução dos valores repassados pelos apps, como também através do aumento do preço dos alimentos da cesta básica.