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O dia 5 de dezembro na França

Foto: Professores manifestam-se contra a reforma da previdência em Paris. “Educação capitalista = professores radicalizados”, em 5 de dezembro. Julien Lily do Vale para o Le Monde.
Por Morgana Martins, redação do Universidade à Esquerda
06 de dezembro, 2019 Atualizado: 19:36

Oitocentas mil pessoas manifestaram ontem, dia 5 de dezembro na França, segundo o ministério do interior e 1,5 milhões segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT), contra a Reforma da Previdência. A greve continua nesta sexta-feira, porém, sem manifestações, as quais serão retomadas na semana que vem, dia 10 e dia 12 de dezembro. 

Nos últimos dias, o executivo se demonstrou aberto a abandonar alguns pontos da reforma para diminuir a tensão no país e avisou que ainda há “espaço para negociações com as organizações sindicais”, disse a porta-voz do governo, Sibeth Ndiaye. A estratégia que estavam buscando utilizar era a quebra do movimento pela negociação individual com cada setor atingido pela reforma. Porém, a força das ruas, no dia de ontem, falou mais alto: não haverá negociação possível.

A mobilização nacional foi tão massiva que fez com que a França lembrasse da grande greve de 1995 contra o plano Juppé, o qual propunha uma reforma da Seguridade Social e o alinhamento da aposentadoria do setor público e privado. A greve, maior movimento social depois de maio de 68, fez com que o governo recuasse a abandonasse a proposta. E hoje, 20 anos depois, inspira a luta atual.

Confira como foi o 5 de dezembro em algumas cidades do país:

Em Paris, cerca de 250 mil manifestantes se reuniram em diversos pontos da cidade. Na Praça da República, a polícia tentou dispersar a manifestação para impedir que a manifestação se juntasse na Praça da Nação. A manifestação encerrou em torno das oito da noite. 

Em Toulouse, cerca de 100 mil manifestantes foram às ruas e 89% dos professores aderiram à greve, algumas universidades foram bloqueadas pela manhã. 

Em Nantes, os sindicatos apontam pelo menos 25 mil manifestantes. A repressão policial foi particularmente violenta na cidade, a polícia fez uso de canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação.

Em Rennes, 13 mil pessoas saem às ruas, uma manifestação massiva e raramente vista na região. Cerca de 78% dos professores se juntaram à greve.

Em Rouen e Havre, 40 mil e 25 mil manifestantes, respectivamente. Em Montpellier, 20 mil pessoas estiveram presentes na manifestação.

Em Lyon a manifestação foi grande e contou com a presença massiva de estudantes. Depois de algumas semanas os estudantes da cidade estão realizando manifestação em decorrência da imolação de um estudante denunciando a precariedade em que vivia.


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