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Estudantes protestam devido atraso das bolsas estudantis, na UFSC
Nesta sexta-feira (12), estudantes da graduação protestaram por conta do atraso no pagamento da Bolsa Estudantil – auxílio destinado à permanência estudantil. A ação foi realizada por dois estudantes, em frente ao Restaurante Universitário (RU) do campus Trindade da UFSC.
Em resposta, a Pró-reitoria de assuntos estudantis (PRAE) publicou uma nota informando que as bolsas devem ser creditados até quarta-feira (17). A PRAE é responsável pela coordenação e execução das ações inerentes à política de assuntos estudantis.
O Programa Bolsa Estudantil “tem o objetivo de proporcionar auxílio financeiro para a permanência dos estudantes dos cursos de graduação presencial da Universidade Federal de Santa Catarina oriundos de família com renda bruta mensal de até 1,5 salários mínimo per capita”, segundo o edital.
O valor mensal da bolsa é de R$ 698,11 (70% do valor atual do salário mínimo). Com validade de um ano, a renovação do programa aconteceu em março de 2019. Os resultados foram divulgados no quinto dia útil do mês, contudo, nenhum informação sobre atraso das bolsas foi informado até semana passada.
Ao todo, 713 estudantes foram contemplados pelo edital de renovação. Além desses, 170 bolsas foram disponibilizadas à estudantes que ainda não recebiam o benefício ou ao menos não receberam no último ano.
O auxílio normalmente é creditado na conta dos estudantes até o quinto dia útil do mês. Sem receber o auxílio e sem qualquer informação por parte da PRAE, os estudantes começaram a reivindicar e denunciar o descaso nas redes sociais.
Em um grupo no Facebook para bolsistas, uma estudante relatou que registrou uma reclamação na PRAE após receber a informações que não seria possível o pagamento da bolsa em abril. “Acabei de registrar aqui uma reclamação, por favor, quem puder faça o mesmo”. “Como que paga o aluguel [?]”, comentou outra estudante. “Que horror, nem avisam”. “[Es]tão de brincadeira com nossa cara não é possível”.
Muitos estudantes relataram indignação, pois nenhuma nota oficial foi divulgada pela universidade. Um estudante respondeu: “e eles [a PRAE] nem fizeram um comunicado oficial”. Segundo os estudantes que entraram em contato com a PRAE, eles não fariam nenhum comunicado oficial. A notícia seria passada apenas àqueles que fossem pessoalmente na pró-reitoria.
Alguns estudantes relataram que estavam com as contas atrasadas, que precisavam pagar o aluguel. “Como assim??? Eles tem diversos lugares pra tirar dinheiro e fazem isso com a bolsa permanência, como disseram acima somente com pressão coletiva conseguimos fazer algo!!!”, pontuou um dos estudantes. “E ainda deixaram a gente descobrir no susto pra não ter nem como reagir […] agora mesmo reclamando não vamos receber e as contas já estão aí”, comentou outra estudante.
A PRAE, em resposta privada a um dos questionamentos, enviou e-mail dizendo que “o recebimento da bolsa depende da liberação de recurso e, tão logo ele chegue, a solicitação de pagamento será enviada ao setor financeiro da Universidade”.
A comunicação oficial só foi feita na sexta-feira da semana passada, 4 horas após a performance de repúdio feita por 2 estudantes em frente ao RU. A Associação de Pós-graduação da UFSC (APG) se manifestou em solidariedade.