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Nova reforma trabalhista é pautada pelo governo Bolsonaro

Proposta prevê deterioração ainda mais severa das condições de reprodução da força de trabalho

Imagem: Gravação do pronunciamento do Presidente da República, Jair Bolsonaro para o Dia do Trabalhador. Foto: Alan Santos/PR
Por Flora Gomes, redação do Universidade à Esquerda
14 de dezembro, 2021 Atualizado: 11:25

Um estudo foi encomendado pela equipe de Jair Bolsonaro para subsidiar uma nova proposta de reforma trabalhista. Nela, estão indicadas algumas propostas que aprofundam as tendências já expressas na Reforma Trabalhista aprovada em 2017, reduzindo direitos e atacando a organização sindical da classe trabalhadora. Dentre as medidas, pretende-se permitir o trabalho aos domingos e proibir o reconhecimento de vínculo empregatício dos trabalhadores de aplicativo, evidenciando a tendência de degeneração das condições de vida da classe trabalhadora. 

As propostas estão contidas em um relatório elaborado pelo Grupo de Altos Estudos do Trabalho, instituído pelo Ministério do Trabalho e da Previdência. O grupo foi dividido em quatro partes para elaborar propostas sobre economia e trabalho; Direito do Trabalho e segurança jurídica; trabalho e previdência e liberdade sindical. No total, são cerca de 330 propostas de alterações, revogações e inclusões na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na Constituição Federal.

Uma das medidas contidas no relatório é a liberação do trabalho aos domingos. O direito ao descanso neste dia só poderia ocorrer uma vez a cada dois meses. Atualmente, para trabalhar aos domingos e feriados é necessário estar na lista de atividades autorizadas pela Secretaria Especial do Trabalho ou possuir autorização da entidade sindical. Na proposta do relatório, esta negociação seria feita por meio de acordo individual. No caso dos trabalhadores do setor bancário, o documento também prevê a liberação para funcionamento das agências aos sábados.