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Merluza é alvo de descaso e trabalhadores correm risco de vida

A unidade tem importante parcela na produção de gás natural na região Sudeste do país

Foto: Plataforma Merluza/Sindipetro-LP.
Por Morgana Martins, redação do Universidade à Esquerda
09 de junho, 2021 10:58

A Petrobrás decidiu hibernar a plataforma de Merluza, localizada na Bacia de Santos, após 27 anos de funcionamento. A unidade tem importante parcela na produção de gás natural na região Sudeste do país. Para piorar a situação, a plataforma tem sido alvo de descaso da gestão da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UN-BS) e os trabalhadores não trabalham com as medidas de segurança necessárias.

Em primeiro lugar, cabe lembrar que o país atravessa a maior crise hídrica e energética em 91 anos, sendo o gás natural uma alternativa viável para enfrentamento da crise. A plataforma tem uma importante parcela na produção de gás natural na região Sudeste do país. 

A plataforma está em rota de hibernação e logo será desativada. A produção está paralisada desde o ano passado, quando um gerente da unidade deu ordens para burlar os sistemas de um gerador de baixa potência e o equipamento operou até fundir o motor. Atualmente, 45 trabalhadores estão no local. 

Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP), há cerca de um mês a baleeira da unidade está amarrada pelo meio, os dois pontos de ancoragem, de proa e de popa da embarcação apresentam corrosão avançada e também trincas visíveis no costado de fibra. A solução dos gestores da Merluza para “minimizar” os riscos foi a utilização de uma cinta de ancoragem e amarraram a baleeira no turco.

Os trabalhadores ficaram assustados quando viram o estado da embarcação e até mesmo dois técnicos da empresa fabricante da baleeira se negaram a entrar no barco para realização da inspeção. Toda vez que os trabalhadores precisam entrar para realizar treinamentos ou manutenções, eles correm risco. 

As baleeiras foram desenhadas e testadas para fornecer um meio seguro e protegido de escape para pessoas a bordo ou em plataformas, mas na plataforma de Merluza ela coloca a vida dos trabalhadores em risco.

Além disso, os cabos de aço que fazem a descida do bote de resgate também estão vencidos e não passaram por nova certificação. Isso significa que o cabo pode estar com sua segurança comprometida expondo assim a vida seus tripulantes já que podem romper na descida ou na subida do bote. 


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