Na última sexta (16/04) a luta dos entregadores de aplicativo teve um novo capítulo na cidade de São Paulo. A convocação de uma “greve geral” dos entregadores, organizada por grupos de whatsapp, resultou em atos de rua que percorreram toda a cidade, fechando as principais avenidas de circulação.
A página treta, que tem estado à frente das convocações dos entregadores, compilou alguns registros da manifestação:
O novo chamado teve como pauta o aumento das taxas repassadas aos entregadores, fim dos bloqueios indevidos, fim de programas que pressionam por entregas mais ágeis e prioridade nas vacinas, devido ao alto nível de exposição com o trabalho nas ruas.
As empresas como Ifood, Rappi, Uber Eats e Loggi repassam aos entregadores cerca de R$0,85 por quilômetro rodado e os entregadores pedem uma taxa mínima de R$10 até 5 quilômetros rodados e R$2,00 por km adicional. Levando em consideração não só os gastos com gasolina, que tem sofrido altas constantes, mas também a manutenção de seus veículos de trabalho e de celulares para realizar os trabalhos de entregas.
Os entregadores também pedem o fim de programas como o “Rappi Turbo”, que tem sido operacionalizado em algumas capitais com a abertura de galpões de distribuição da empresa e que prometem entregas em até dez minutos, se o usuário ativar o botão voltado para esta função. Nesse tipo de programa, caso haja atraso nas entregas, os entregadores são punidos com a não remuneração pelo trabalho realizado e bloqueio de uma hora no recebimento de pedidos. O que leva entregadores a se locomoverem de forma mais arriscada na cidade em busca de cumprir o prazo estabelecido.
Após a manifestação, os organizadores do protesto lançaram um vídeo comunicando que as empresas Ifood e Rappi entraram em contato para negociar com os entregadores. No vídeo afirmam que se não forem atendidas todas as demandas, na próxima sexta, 23/04, haverá nova manifestação, dessa vez brecando os shoppings e comércios. Confira o vídeo abaixo:
O trabalho realizado por meio de aplicativos hoje abrange uma parcela muito significativa da população. Segundo estudo do Instituto Locomotiva, 32,4 milhões de brasileiros os utilizam como fonte de renda, cerca de 20% da população adulta do país. A luta dos entregadores por condições mais dignas de trabalho é uma luta que diz respeito ao conjunto da classe trabalhadora, que hoje está sendo atingida por padrões gritantes de informalidade e precarização e mal consegue colocar alimentos na mesa sem ser pela via do endividamento. Essa é uma luta de todos nós!