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Opinião

A compra privada das vacinas

Montagem: UàE
Por Martim Campos, redação do Universidade à Esquerda
12 de abril, 2021 Atualizado: 12:13

No mesmo dia em que o país registrou o maior número de óbitos por causa de covid-19, com o alto e assustador número de 4 mil vidas perdidas, a Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira passada (06/04) o texto-base do projeto que abre mais possibilidades para empresas que querem comprar vacinas contra Covid-19 para imunizar funcionários, sócios e outros prestadores de serviço.

Com o Programa Nacional de Imunização (PNI) avançando de forma extremamente lenta, com menos de 10% da população vacinada com a primeira dose, sem ainda sequer conseguir vacinar o público-alvo da primeira fase do plano de vacinação (idosos acima de 60 anos e trabalhadores da saúde), o Governo Bolsonaro em conjunto com grande parte do congresso nacional apresenta maior preocupação em aprovar projetos de lei que permitam a vacinação pelo setor privado, do que reforçar e ampliar o PNI.

Enquanto há escassez de imunizantes no sistema público, essa tentativa de outros grupos que estão no final da fila da vacinação de passar na frente dos demais, essa vacinação paralela ao Programa Nacional de Imunização servirá apenas para dar uma falsa sensação de segurança individual, sem responder aos objetivos coletivos de controle da pandemia e proteção coletiva que se inicia com os grupos prioritários.