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Na esteira da privatização: Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

Foto: Ana Paula Oliveira Migliari Montagem UàE
Por Martim Campos, redação do Universidade à Esquerda
25 de março, 2021 17:14

O governo federal confirmou, na terça-feira (16/03), a inclusão da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no Programa Nacional de Desestatização (PND) após reunião entre os ministros que integram o Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A EBC é uma empresa pública responsável por gerir emissoras federais de rádio e TV, além de manter uma agência pública de notícias, a Agência Brasil.

Estudos técnicos sobre o modelo de privatização da estatal serão realizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A previsão da privatização é para daqui há dois ou três anos, de acordo com o secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura, da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Diogo Mac Cord.

Em resposta, funcionários da estatal criaram o movimento “Frente em Defesa da EBC e da Comunicação Pública”, e publicaram uma nota em repúdio à decisão de Jair Bolsonaro. De acordo com o movimento, a intenção de privatizar a empresa é “equivocada por inúmeros aspectos”. Afirmam a inconstitucionalidade de tal proposta, uma vez que a Carta Magna prevê, em seu artigo 223, a existência dos sistemas público, privado e estatal; e refutam a alegação de que a Empresa daria prejuízo ou déficit, uma vez que se trata de uma “empresa pública dependente, e não autossuficiente como Correios ou Banco do Brasil. Embora ela consiga arrecadar recursos com patrocínios e prestação de serviços, suas fontes de financiamento não servem e nunca servirão para torná-la autônoma, já que ela não deve se tornar refém do próprio mercado para garantir ainda mais sua autonomia”, diz o texto. (Confira aqui a carta na íntegra).