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Interventora da Ufersa persegue estudante por posicionamento político

Interventora da universidade, nomeada por Bolsonaro, abriu inquérito na PF contra a estudante.

Comunidade universitária se manifesta em frente a Ufersa. Reprodução: SINTEST/RN.
Por Maria Alice de Carvalho, redação do Universidade à Esquerda
02 de setembro, 2020 Atualizado: 10:06

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) está dentro do escopo de universidades que, desde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro, se encontram em intervenção política.

A Ufersa realizou consulta à comunidade universitário para as eleições da reitoria em junho deste ano. Porém, em visita do presidente à Mossoró (RN) no último mês, este nomeou como reitora interventora Ludmilla Carvalho Serafim de Oliveira, que foi a terceira colocada no pleito eleitoral com apenas 18,33% dos votos.

A professora Ludmilla, em live que participou no mês de julho, já havia deixado claro o tom de seu mandato quando afirmou que aceitaria de bom grado a medida do presidente e que os insatisfeitos deveriam se retirar da universidade. Em apenas poucos dias de intervenção, a professora já faz jus às suas palavras.

Diante do desrespeito ao processo democrático de eleição, os estudantes e entidades representativas se manifestaram contrários ao golpe na universidade.

Como forma de perseguição política e censura às opiniões críticas, Ludmilla abriu um inquérito na Polícia Federal, no dia 26 de agosto, contra a atual coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufersa, Ana Flávia Lira.