Errata: verificamos que na UFVJM a tramitação da resolução que regulamenta o ensino remoto já foi concluída, com início das aulas previsto para 08/09. Assim, o Ensino Remoto Curricular é realidade em 62 das 67 universidades federais.
Das 67 universidades federais que tiveram aulas presenciais interrompidas no começo do ano em razão da pandemia, 61 já implementam ou têm calendário definido para realização de Ensino Remoto Curricular. Nas outras 6 (UFFS, UFVJM, UNIR, UFT, UNIFAP e UFAL), a implementação é pauta de discussão das câmaras superiores e conselhos universitários. Os dados foram compilados pelo UàE, em 31/08, através de informações disponibilizadas nos portais virtuais das próprias instituições.
O levantamento indicou também que a metade dos estudantes nas universidades federais ainda não fez uma experiência com o Ensino Remoto. Das instituições que já se decidiram pela adesão, 27 dão início ao período letivo hoje (31/08) ou ao longo de setembro. Essas universidades representam 42% do total de estudantes nas federais do país. Contando outras 5 instituições que deram início às aulas em 24/08, e vão agora para sua segunda semana, as 32 instituições vinculam 52% do total de estudantes.
Período letivo remoto responde a orientação do MEC
A Portaria do MEC nº 544, publicada em 16/06, permitiu que as IFES ofertassem até o final de 2020 novos períodos letivos, com substituição das disciplinas presenciais por disciplinas remotas. Tomando a diretriz do MEC como base, a imensa maioria das universidades federais decidiu por alguma forma de implementação.
Cada universidade escolheu nome e regras próprias para o período de ensino remoto curricular, mas houve pontos de convergência. Em todas elas, as disciplinas ofertadas poderão ser consideradas para fim de integralização curricular, isto é, substituirão sua versão presencial. A adesão por parte dos estudantes foi facultada em todos os casos. No entanto, apenas sete universidades (UNILA, UTFPR, UFRJ, UFSJ, UNIFESSPA, UFRA, UFOPA, UFAM) facultaram também aos docentes, de forma explícita, a adesão.
Portarias anteriores do MEC já haviam permitido a integralização remota de disciplinas presenciais em andamento, que foram suspensas. No entanto, a retomada do primeiro semestre foi decisão minoritária entre as universidades. As instituições que decidiram por esse caminho agora se encaminham para a realização de um segundo período letivo em 2020, inteiramente remoto. Esse é o caso da UFMS, que completou as disciplinas suspensas do primeiro semestre através de aulas no Moodle (Ambiente Virtual de Aprendizagem da instituição), e deu início ao segundo semestre em 17/08.
Oposição ao Ensino Remoto Curricular deve crescer com início de aulas
A substituição do ensino presencial por ensino remoto têm sido alvo de oposição desde que começaram as discussões sobre retomada de aulas durante a pandemia. Somam-se às críticas sobre os prejuízos à formação dos estudantes e ao trabalho docente as análises que apontam como um retorno das universidades servirá para normalizar a volta às aulas no ensino básico.
Nas instituições em que já implementaram o semestre remoto, foi após a retomada das aulas que os movimentos de oposição passaram a se intensificar. Esse foi o caso em diversas universidades estaduais, como as paulistas USP e Unesp, a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e a catarinense UDESC.
Até o momento, no entanto, as críticas mais radicais ao ensino remoto não ganharam corpo em uma movimentação nacional que pusesse em questão sua rejeição integral. Isso se reflete no quadro de adesão quase unânime das Universidades Federais ao Ensino Remoto Curricular.