Notícia
Em pronunciamento em rede nacional, Bolsonaro volta a minimizar o coronavírus
Há pouco foi ao ar nas redes de televisão e rádio um pronunciamento oficial do presidente da república Jair Bolsonaro minimizando a gravidade da propagação do coronavírus no Brasil. O presidente afirmou que “devemos voltar à normalidade”.
Bolsonaro atacou medidas tomadas por governadores e prefeitos e exigidas pelos trabalhadores, a saber: “a proibição de transportes, o fechamento do comércio e o confinamento em massa”. E ainda utilizou de uma retórica tosca para atacar o fechamento de escolas:
“O que se passa no mundo mostra que o grupo de risco é de pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?”
Afirmou que uma das principais tarefas do governo teria sido conter o pânico e a histeria. Disse que a histeria teria se espalhado pelo país, e que não se poderia comparar o cenário brasileiro com o italiano devido ao número de idosos e a (sic) o clima.
Ao contrário do que analisam virologistas e infectologistas, bem como órgãos do próprio Estado, Bolsonaro acredita que a pandemia “brevemente passará”. E continuou, ignorando os sérios riscos a vida e saúde do povo brasileiro: “Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado.”
Além de um testemunho de sua incapacidade intelectual, o pronunciamento de Bolsonaro é a declaração de um genocídio. O presidente reiterou sua escolha de salvar os lucros de grandes empresários colocando em risco milhões de brasileiros.
Não há qualquer razão em seu argumento, afinal, é possível manter os empregos e o sustento das famílias imputando os custos a todos que vivem de lucros e dividendos. Ao contrário, não há qualquer normalidade possível com as milhares de vidas em jogo com a propagação do coronavírus.
Seu discurso ignora todos os estudos realizados por cientistas de todo mundo que informam a necessidade do isolamento social para conter o contágio. São mais de 400.000 mil pessoas infectadas no mundo, das quais mais de 18.000 faleceram. No Brasil, já passamos de 2.000 infectados, e 46 pessoas morreram. Dados que muito provavelmente estão subdimensionados, devido a subnotificação.
Mesmo com as medidas de isolamento social a tendência é que a infecção se espalhe e muitos venham a falecer. Sem elas perderemos muitos mais. Em síntese: este imbecil vai matar milhares de brasileiros. Ele precisa cair com toda sua corja.
*Os textos de opinião são de responsabilidade dos autores e podem não refletir a opinião do jornal