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Opinião

Quem é o responsável? Os conflitos e a relação de trabalho com os apps

Uber perde causa no Reino Unido e trabalhadores tem vínculo empregatício reconhecido

Foto aplicativo Uber/ Crédito: www.quotecatalog.com
Por Maria Fernandez, redação do Universidade à Esquerda
03 de março, 2021 Atualizado: 20:47

Recentemente acompanhamos vários exemplos de situações de conflito entre entregadores de aplicativos e consumidores. Os conflitos geralmente são gerados na relação tensa quando pedidos são cancelados e o entregador é responsabilizado enquanto os restaurantes e aplicativos se eximem de qualquer responsabilidade. Conflitos semelhantes também ocorrem em aplicativos de transporte e entrega.

Em um caso que ocorreu em Florianópolis – SC (20/02), e foi largamente divulgado, uma cliente teria pedido estorno de um pedido que recebeu com bacon quando deveria ter vindo sem, segundo a versão da cliente, e o entregar teria recebido a informação que ela havia cancelado o pedido e retornou ao local da entrega, já que ficaria sem receber. O entregador acabou sendo agredido pelo namorado da cliente e sendo bloqueado no aplicativo, a polícia foi chamada e manifestações de entregadores ocorreram no outro dia em frente ao prédio. A cliente relatou que recebeu várias ameaças e teve que sair do prédio escondida em porta malas do carro. Ela teria saído da cidade com medo pela sua vida.

Esse foi apenas um dos casos desse tipo de conflito que coloca o trabalhado e o consumidor, um contra o outro, enquanto o restaurante e o aplicativo, que lucram com o serviço se eximem da responsabilidade. Os entregadores sem terem nenhum direito assegurado nessa relação com as plataformas acabam vendo na reclamação dos consumidores a culpa por não receberem ou serem bloqueados na plataforma e assim ficarem impedidos de trabalhar. Quem ganha com esse conflito?

No caso citado a plataforma em nota a imprensa afirmou que: