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Professores da Universidade Estadual de Londrina entram em greve por reposição das perdas salariais

Desde 2017, o governo do Paraná não zera a inflação na data-base dos servidores públicos

Greve é deflagrada pelos docentes da UEL. 04/05/2023. Foto: ADUEL.
Por Luiz Costa, redação do Universidade à Esquerda
10 de maio, 2023 Atualizado: 11:44

Docentes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, deflagraram greve. A mobilização luta pelo reposição salarial de 42% referente à data-base dos últimos sete anos.

A mobilização começou nesta segunda-feira (8). As aulas e demais atividades docentes estão paralisadas. No campus da universidade, houve pouca movimento de estudantes desde segunda-feira, indicativo que a greve tem recebido adesão.

Desde 2017, o governo do Paraná não zera a inflação na data-base dos servidores públicos.

Data-base é o período do ano destinado à correção salarial e revisão das condições de trabalho de cada categoria de trabalhadores. A greve foi discutida em assembleia, na última quinta-feira (4). Aprovado pela maioria dos trabalhadores, a greve é por tempo indeterminado.

O reajuste salarial da categoria dos servidores públicos é assegurado na Constituição Federal e na Constituição Estadual. De acordo com a lei estadual 15.512/2007, a revisão geral anual salarial dos servidores deve ocorrer no dia primeiro de maio de cada ano.

O governo do Estado não abriu nenhum tipo de negociação com o funcionalismo público. O governo Ratinho Jr. mantém o índice anunciado de 5,79%, que valeria a partir de agosto, percentual muito aquém dos 42% referente à data-base acumulada dos últimos sete anos.

Além da UEL, as demais seis universidades públicas estaduais do Paraná estão com indicativo de greve aprovado pelos docentes. Ou seja, podem aderir ao movimento de greve a qualquer momento.

Entre 2017 a 2021, os trabalhadores do judiciário, legislativo, ministério público e tribunal de contas do Paraná tiveram reajuste anual médio de 4,38%.

As perdas salariais acumuladas foram zeradas. Já os professores, médicos, enfermeiros, policiais e servidores das secretarias e outros órgãos do executivo acumulam 42% de defasagem salarial.

Não houve reajuste deste conjunto de trabalhadores em 2017, 2018, 2020 e 2021. Apenas em 2019 houve um reajuste simplório de 2%.

Segundo nota coletiva, sindicatos das categorias afirmam que “não pagar a reposição salarial e sucatear o serviço público para a população é uma escolha política do governo”.

“Ao invés de investir no servidor e no atendimento ao povo trabalhador, o governo atende aos interesses de grandes empresários e de seus apadrinhados políticos, arranjando-lhes licitações de obras, privatizações, contratos terceirizados, além de uma série de isenções fiscais”, complementam.

Nesta quarta-feira (10) será realizada reunião entre o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná e a Casa Civil. A reunião estava prevista para dia 3 de maio mas foi adiada pelo governo.

Os caminhos da mobilização e a manutenção da greve devem ser discutidos pela categoria docente da UEL nesta quinta-feira (11).

Os docentes exigem também a suspensão do calendário acadêmico da universidade para que não haja prejuízo à comunidade acadêmica.

A greve conta com a participação de 1.199 professores, segundo Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região (Sindiprol/Aduel).

Atualmente a UEL conta com 17.282 mil estudantes de graduação e pós-graduação.


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