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Preço dos alimentos deve continuar subindo até o início de 2022

Mas “quem tem fome, tem pressa”

Foto: Jo Lorib
Por Martim Campos, redação do Universidade à Esquerda
26 de novembro, 2021 15:13

Grande parte dos brasileiros, especialmente a parcela mais pobre da população, sente cada vez mais no bolso o custo da alta dos preços dos alimentos, que vem subindo e tem previsões de continuar com preços salgados até o ano que vem. Neste momento, o país soma cerca de 13,7 milhões de desempregados e a inflação de alimentos consumidos em domicílio acumula alta de mais de 13% em 12 meses, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estima-se de acordo com a Agêcia Câmara que mais da metade dos lares brasileiros teve algum grau de insegurança alimentar no fim de 2020, totalizando 116, quase 117 milhões de pessoas vivendo em algum nível de insegurança militar, ou seja, 55% da população.

Além do aumento no preço dos alimentos, a perspectiva para o rendimento do trabalho e taxa de desemprego no ano que vem continua ruim. Nos anos entre a recessão de 2015-2016 e a epidemia (2020), o salário médio aumentou 1,5% ao ano, em termos reais (além da inflação). O ano de 2022 está longe, é uma incerteza, mas incerteza com o pé atolado na lama.

Como apontado no texto de Gustavo Bastos, “a elevação acelerada das taxas de juros, supostamente para baixar a inflação, não surtirá efeito algum. Não se trata meramente de um fenômeno monetário, os trabalhadores brasileiros não estão com mais dinheiro no bolso, pelo contrário, a cesta de consumo dos trabalhadores está a cada dia que passa mais suprimida e restrita”.