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Preço de alimentos básicos cresce no Brasil

Valores do arroz, feijão e ovos tiveram aumento significativo em março

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Por Flora Gomes, redação do Universidade à Esquerda
28 de março, 2023 Atualizado: 13:56

Flora Gomes – Redação Universidade à Esquerda – 28/03/2023

Alimentos que fazem parte do dia-a-dia dos brasileiros têm custado muito aos trabalhadores. Segundo pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, arroz, feijão e ovos, itens básicos da alimentação, sofreram aumento nos últimos trinta dias. A alta registrada até o dia 23 de março é de 0,51%. Chama a atenção que estes alimentos são produzidos principalmente para abastecer o consumo interno.

Já a carne, produto voltado principalmente para exportação, deve sofrer queda.  Alguns economistas têm apontado para a tendência de diminuição no preço da carne bovina no próximo período, em razão do fim do embargo chinês. Segundo a empresa de consultoria LCA Consultores, o ano deve fechar em queda de 3,5% no valor da carne. A interrupção das vendas ao mercado chinês durou por um mês a partir do registro de um caso de vaca louca no Pará.  Segundo matéria do Valor Econômico, em 2022 o Brasil exportou R$ 1,2 milhão de toneladas de carne aos chineses.

Esse aumento no preço de produtos voltados ao mercado interno (consumo) em contraposição à diminuição no valor de produtos voltado sobretudo ao mercado externo expressa a tendência estrutural do capitalismo dependente brasileiro de priorizar sua estrutura econômica a itens voltados para a exportação. Essa política, além de deixar a população brasileira extremamente exposta à volatilidade do mercado, também gera forte insegurança alimentar. 

O quadro geral do preço dos alimentos é preocupante. Segundo a última pesquisa sobre cesta básica realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (DIEESE), em fevereiro houve diminuição do valor da cesta básica em 13 de 17 capitais analisadas, dentre elas Belo Horizonte (-3,97%), Rio de Janeiro (-3,15%), Curitiba (-2,34%) e Vitória (-2,34%). Por outro lado, em algumas capitais observou-se aumento, como em: Belém (1,25%), Natal (0,64%), Salvador (0,34%) e João Pessoa (0,01%). A cesta básica mais cara do Brasil são as de São Paulo (R$ 779,38), Florianópolis (R$ 746,95), Rio de Janeiro (R$ 745,96) e Porto Alegre (R$ 741,30).  Isso significa que o preço da cesta básica mais cara do país equivale a quase 60% do salário mínimo. Ou seja, para que seja possível garantir o básico da alimentação, é necessário que trabalhadores deixem de garantir outras necessidades básicas. 


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