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Opinião

Por que somos socialistas? 

Frente a todas as outras alternativas, apenas o socialismo pode nos tirar da barbárie em que vivemos

Imagem: Edição UàE/ Original: José Espanca
Por Flora Gomes, redação do Universidade à Esquerda
30 de maio, 2022 Atualizado: 13:48

Os homens fazem sua própria história mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado (Karl Marx, 18 de Brumário de Luís Bonaparte)

Centenas de mortes diárias em operações policiais legalizadas pelo Estado; preço de alimentos que compõem a cesta básica subindo a cada dia;  patrimônio brasileiro sendo rifado à preço de banana;  grandes centros urbanos expulsando a população que não consegue pagar por aluguéis equivalentes a um salário mínimo;  universidades cada vez mais penetradas pela lógica do capital; e vários outros indicativos diários nos lembram que a vida social não anda bem. 

Neste cenário torna-se praticamente impossível não ser tomado por um sentimento de que as coisas devem mudar. Diversas alternativas, com diferentes horizontes de projeto para o país, são apresentadas como perspectivas. Mas nesse texto trazemos elementos para construir caminhos sobre um questionamento muito simples: por que, frente a todas as alternativas, o socialismo é a única opção para a barbárie que vivemos?

Perante a intensificação da degradação das condições de vida, alguns sujeitos políticos tendem a apresentar como alternativa à população uma correção das falhas do capitalismo. Para estes, os problemas não seriam estruturais, mas gerenciais. Bastaria que um novo presidente, mais carismático e solidário, assumisse a cadeira da presidência da república e promovesse maior “equidade social”.

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Outros, por sua vez, tendem a radicalizar ainda mais à direita e trazer como alternativa a correção dos maus costumes, a exterminação dos pobres e uso do poder coercitivo do Estado para reprimir os sujeitos destoantes da norma social vigente.

 Para nós, socialistas, nenhuma destas ou outras alternativas intermediárias de fato resolvem significativamente os problemas que estamos enfrentando, pois suas raízes são de outra ordem. Em uma sociedade em que o trabalho criativo do ser humano com a natureza torna-se uma relação de exploração, na qual alguns trabalham para sobreviver enquanto outros gozam dos frutos deste trabalho, não há outra alternativa que não subverter radicalmente essa relação. E frente a isso, o socialismo, apesar de uma tarefa histórica gigante, é algo simples.