A privatização da BR começou em 2018, com a primeira operação na bolsa de valores. Na primeira leva, a estatal abriu mão de 28,75% do capital da subsidiária, arrecadando R$ 5 bilhões. Na segunda rodada, em 2019, foram vendidas 33,75% das ações pelo valor de R$ 8,6 bilhões. A partir de então, a Petrobras deixou de ser controladora da BR.
Agora a estatal pretende vender o restante das ações (37,5% do capital). O início das ofertas de compra devem começar no segundo semestre do ano. São 436,8 milhões de ações ordinárias da BR Distribuidora (BRDT3).
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Segundo divulgado, a oferta está sendo estruturada pelo Morgan Stanley (coordenador líder), Bank of America Merrill Lynch, Goldman Sachs, JPMorgan, Itaú BBA, Citi e XP.
O documento elaborado pela estatal pode ser acessado clicando aqui.
A venda da fatia restante foi aprovada em 2020 pelo conselho de administração da estatal.
A venda de ativos da Petrobras tem se acelerado desde que a política foi implantada no governo Dilma. No primeiro um ano e meio do governo Bolsonaro, a Petrobras abriu 48 processos de vendas de ativos, um média de 2,5 por mês.
A venda de ativos abrange setor de gás natural, energia, biocombustível e de campos de petróleo em terra ou fora do pré-sal.
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Além das ações na BR, a Petrobras pretende vender ainda sua fatia na Gaspetro, por meio da qual tem participações em distribuidoras de gás.
Em março deste ano, a Petrobras aprovou a venda da Refinaria de Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, por 1,65 bilhão de dólares para o fundo árabe Mubadala Capital. De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ligado aos sindicatos dos petroleiros) a planta teria o preço entre U$3 bilhões e U$4 bilhões.
A primeira venda de refinaria da história da estatal representou um avanço na perda de controle de setor estratégico na produção de combustíveis. A RLAM pode processar até 333 mil barris/dia, o que seria cerca de 14% da capacidade total de refino de petróleo no Brasil.
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O governo também prevê a venda de outras sete refinarias, com a estatal limitando suas operações de produção de combustíveis na região Sudeste, mantendo apenas as unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Segundo a coluna de Allan Kenji, a fonte de todos os problemas de aumento constante no preço dos combustíveis deriva da política de patrocínio das privatizações da estatal. Essa política é entrelaçada “pela venda da maior parte da capacidade de extração de petróleo bruto” e “pela política de atrelamento dos preços ao mercado internacional, iniciada em 2016, em contiguidade com o plano de desinvestimentos apresentado no governo Dilma”.
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Governo acelera ritmo de privatizações
Bolsonaro tem dado continuidade ao processo de privatizações em ritmo cada vez mais rápido.
Além do desmonte e privatização da importante Petrobras, o governo tem acelerado a privatização de setores estratégicos como Eletrobras, Correios e a Empresa Brasil de Comunicação.